Há muito tempo não temos a oportunidade de assistir uma perfomance mainardiana como o texto escrito pelo Colunista, com C maiúsculo que ele merece, Elio Gaspari no jornal “O Globo” de ontem, dia 14 de julho de 2004…
A única razão que posso enxergar é que ele recebeu o carnê do seu plano de saúde, contratado antes de 1999 e está tentando manter o seu privilégio sem se incomodar com os milhões de Brasileiros que gastam bem mais do que ele para ter, quando muito, os mesmos serviços.
O despautério e a confusão que contidas na sua Coluna, Intervir nos Planos de Saúde é um Bom Remédio, beiram a irresponsabilidade e parecem não levar em conta a penetração do jornal “O Globo”em todo o Brasil.
O Colunista esquece que a saúde é um DIREITO do cidadão e um DEVER do Estado, segundo a carta magna.
O Sr. Elio Gaspari deveria, dado o seu elevado nível intelectual, atentar para o fato de que se o Estado tivesse condições de gerenciar a assistência a saúde, os serviços públicos de saúde seriam satisfatórios e o seguro atenderia a um numero pequeno de usuários e a polêmica sobre o assunto não existiria
Lamento que o comunicado da FENASEG não tenha atingido o seu intento e concordo com ele, o Sr. Elio Gaspari, que a comunicação poderia ter sido feita de forma simpática e acessível, para que todos compreendessem que existem contratos e que os aumentos atingiram este elevado nível graças aos demorados tramites judiciais, que foram respeitados pelas seguradoras.
Se as clausulas pactuadas tivessem sido cumpridas no decorrer dos tempos a elevação dos prêmios não seria tão significativa.
Resumindo…
O mercado de saúde privado é mercantil, deve dar lucro e se continuar a ser atacado, da forma irresponsável que está ocorrendo, corre risco de ser extinto.
A suspensão do atendimento não é uma ameaça, é uma conseqüência natural de qualquer negócio privado. Não deu lucro, acaba o negócio.
E aqueles que não enxergam esta possibilidade e, a seu exemplo, saem alardeando soluções populistas, colocam em risco o futuro do seguro saúde individual no Brasil.
Se a intervenção clamada pelo Sr. Elio Gaspari ocorrer, a extinção estará ainda mais próxima. Os serviços públicos de saúde são uma amostra interessante de como o Estado pode auxiliar assumindo a gestão dos planos de saúde.
E se, alem de apresentar esta visão, curta, medíocre e irresponsável, sobre a possibilidade de intervenção nos planos de saúde privados, o colunista mistura o problema dos bingos e dos roubos de carro com a saúde dos segurados, só posso pedir a Deus que o Sr. Elio Gaspari tenha um bom plano de saúde e que o mesmo contemple tratamento psiquiátrico.
Sr. Elio Gaspari respeite a indústria do seguro, os seus profissionais e a proteção que oferecemos a sociedade!
E da próxima vez que for falar de um assunto desta gravidade, tenha a consciência da penetração do veículo que publica os seus textos e respeite a inteligência dos seus leitores.
Gustavo Roberto Vieira Doria Filho
Cliente da Sul América Saúde