Pare e Pense | 22 de abril de 2004 | Fonte: CQCS

Auto-regulamentação – Estamos preparados?

Muito tem se falado sobre auto regulamentação da Industria de Seguros, tanto no que tange a Cias Seguradoras, como a Corretgem de Seguros.

Porem se tem constatado que a semântica está excelente, porem a prática esta muito aquém da maturidade mercadológica necessária para este grande passo.

Nas últimas semanas o nosso mercado vem sendo noticia com diversos assuntos relativos a suspeitas de má prática.

Seguradoras emitindo apólices sem resseguros, corretoras em fase de constituição assinando apólices, apólices “de gaveta” emitidas, com corretores tradicionais intermediando estas operações…

E como reagimos?

Como se não tivéssemos nada há ver com isso…
Partindo do pressuposto que o quanto menos falarmos, menor será o impacto, obviamente negativo, para a nossa indústria.
E o pior, seguimos trabalhando fingindo achar que a fraude não parte da nossa industria.

Investimos para tornar as polícias mais eficientes, emitimos, junto com as nossas apólices, material informativo orientando o segurado a tomar cuidado cm prestadores de serviços e quando surgem suspeitas dentro da nossa indústria, utilizamos o método avestruz. E, mais uma vez, ficamos expostos aos comentários maldosos da sociedade.
Utilizando uma expressão da nossa indústria, estamos negligenciando a gestão do nosso risco e, muito provavelmente, quando a bomba estourar, vamos ter os maiores prejuízos, que poderiam ter sido minimizados com pequenas ações de prevenção.

Não tenho dúvida que o comprador de uma apólice que não vai ser lançada no balanço da seguradora tem consciência de que está pagando por um pedaço de papel que não garante nada. Pois quem busca este tipo de solução sabe que não a encontraria pelos métodos tradicionais.

Não tenho a menor dúvida de que quem aceita uma garantia de valor superior a R$-100.000.000,00 sem checar a existência do resseguro, sabe que aquele papel não garante nada.

Afinal, estão todos envolvidos na fraudulenta operação.
Mas tenho minhas duvidas se o leitor do jornal, o ouvinte da rádio, o telespectador, o internauta e demais públicos vão ter a consciência da diferença entre as pseudo Cias Seguradoras, que se envolvem neste tipo de negócio escuso, e as tradicionais empresas que garantem o seguro do seu carro, da sua casa, da sua empresa e etc…
Quando sai a noticia, ela impacta a todos na nossa indústria.
Somo um mercado de dezenas de bilhões e um prêmio de menos de R$-3.000.000,00 não é muita coisa no comparativo geral. Mas para o cidadão comum é muito dinheiro!

Se pretendemos um dia termos a regulação do nosso mercado em nossas mãos devemos começar agora!

O que se vem fazendo em relação a estes casos provados de atitude irregular por parte de corretores de seguros?

Será que essas Cias que se envolvem em situações como essas devem compartilhar da mesa com as seguradoras sérias do nosso mercado?
Eu acho que não…

Trabalho diariamente com estas Cias e sou testemunha da sua postura ética.

Refiro-me as seguradoras que investem no site, mas também à outras que não anunciam conosco, como Marítima, Vera Cruz e etc.. e não consigo imagina-las compactuando com situações próximas as da quem tem sido noticiadas nas últimas semanas.

Mas para a sociedade em geral, somos todos COLEGAS das empresas que se envolvem nestas situações escusas.

E se não nos damos ao trabalho de bani-las do nosso mercado e, muito menos, de informar a sociedade, através das nossas associações, sindicatos e federações, que não compactuamos com este tipo de prática, como podemos pedir que a opinião pública tenha uma boa imagem da nossa indústria?

A maneira como tratamos as situações criticas da nossa indústria não nos credencia a regular o nosso mercado.

Ou credencia?

Pare e pense!

Aquele abraço,

Gustavo

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