A oferta foi feita em setembro de 2003, mas só agora houve acordo com os minoritários. Com a derrota de um esforço rebelde para descarrilar sua venda para a AXA Financial, a Mony Group obteve a aprovação de sua fusão altamente contestada. Em uma votação apertada em uma reunião especial dos acionistas ontem, os investidores que detêm 53,4% das ações da Mony representando cerca de 26,8 milhões dos 50,1 milhões de ações em circulação votaram a favor da fusão. Os acionistas que controlam 12,9 milhões das ações manifestaram sua desaprovação à fusão avaliada em US$ 31 por ação com a subsidiária norte-americana da seguradora francesa AXA.
Sob os termos da venda, que deverá ser finalizada no fim deste trimestre ou começo do próximo trimestre, os acionistas da Mony também receberam 33 cents a 35 cents de dólar em dividendos. “Estamos satisfeitos com o desfecho da votação de hoje (ontem) e apreciamos o apoio que os nossos acionistas, detentores de apólices e funcionários demonstraram durante este processo”, afirmou Michael I. Roth, “chairman” e executivo-chefe da Mony em comunicado divulgado após o anúncio do resultado da votação.
A aquisição significará um aumento imediato e expressivo em escala para os negócios norte-americanos da AXA. Com a absorção da Mony, o alcance de seguro de varejo e distribuição de anuidades da AXA aumentará cerca de 25%. Também dará à companhia mercados adicionais aos seus produtos e uma presença maior em cidades onde tem pouca representação.
A Mony Consultoria e Corretora de Seguros, subsidiária brasileira do Mony Group, está no Brasil há quatro anos. A decisão dos minoritários era aguardada com muita expectativa pelos 135 funcionários do grupo no País. Isso porque o grupo AXA vendeu recentemente suas operações no Brasil para a Porto Seguro Seguros, numa clara amostra de desinteresse em manter investimentos, neste momento, em território brasileiro. Em razão disso, a expectativa de executivos é de que o grupo venda a corretora no Brasil.
Em 2003, a corretora movimentou prêmios de R$ 130 milhões, representando crescimento de 89% em relação a 2002, segundo João Herreros, diretor executivo da Mony. As carteiras de seguro saúde e de vida são as principais dentro da corretora, com 36% e 37% do faturamento. Previdência Privada vem em seguida, com participação de 16%, planejamento financeiro com 8% e ramos elementares com 3%.