Notícias | 18 de setembro de 2018 | Fonte: CQCS I Yan Passos

Vantagem ou desvantagem? Chaves virtuais para carros é realidade

As novas tecnologias chegam para trazer benefícios aos humanos. Entretanto, como nem tudo é perfeito, ela também tem suas falhas.
Desta vez, os carros poderão ser abertos e fechados através de uma chave virtual, em um aplicativo de celular. O questionamento é: Se o celular for perdido, furtado ou roubado, o proprietário ficará sem o veículo?
As contribuições da tecnologia são muito grandes de modo que ficar, por instantes, sem o celular representam muitas perdas: agendas, calendário, agência bancária, redes sociais, PDA (Personal Digital Assistant) etc. Ocorre que, alguns fabricantes já deram início à comercialização do produto.
Com a Internet das Coisas (IoT), ampliando o ecossistema para além de entretenimento e informação, as chaves virtuais estão cada vez mais próximas de tomar o mercado. Contudo, por ser virtual, existe o risco de ataque de hackers que podem assumir o controle do automóvel. Ou seja, uma nova estratégia ao crime. O seguro passa a interferir a partir disso.
Pensando nessas questões, especialistas do Centro de Tecnologia Allianz (AZT), o centro de pesquisa de tecnologia automotiva do Grupo Allianz, formularam diretrizes para o projeto de chaves virtuais e armazenamento e processamento de dados relacionados. O AZT submeteu essas diretrizes ao Conselho de Pesquisa para Reparos de Automóveis (RCAR), órgão internacional de centros de pesquisa automotiva com 25 membros da Europa, Ásia, América do Norte, América do Sul e Austrália. O Grupo de Trabalho de Crimes Cibernéticos para Veículos da RCAR considerará a adoção dessas diretrizes como padrões internacionais para chaves virtuais de carros.
Conveniente, mas complexo
Na ocorrência de um sinistro, o cliente entrega as chaves do carro à seguradora para realização do registro. No caso da existência das chaves virtuais, o cliente teria de entregar o smartphone, o que, de fato, é provável que não aconteça. Aliado a isso, pode haver mais de uma chave virtual para um veículo em circulação. Desta forma, a seguradora precisaria receber todos os celulares; outro empecilho.
Logo, um processo para retirada é preciso e a documentação pode ser solicitada por uma parte independente; por exemplo, a montadora. Se a autorização foi retirada após um roubo, a prova disso teria que ser encaminhada para o processo de sinistros, no lugar dos smartphones.
“Temos que garantir que podemos indenizar nossos clientes sem complicação em caso de roubo, mesmo se uma chave virtual for usada”, declara o responsável por Sinistros na Allianz Versicherungs-AG, uma divisão da Allianz Alemanha, Jochen Haug.
Diretrizes de segurança
“Isso só acontecerá se a segurança dos dados estiverem garantidas”, afirma Christoph Lauterwasser, diretor AZT e presidente do comitê diretor da RCAR, em referência à credibilidade da implantação das chaves virtuais nos veículos.
Para garantir a segurança dos dados e da tecnologia, o AZT propôs algumas diretrizes. Entre elas estão:
• Não haverá possibilidade de “copiar” a chave virtual e deverá haver esclarecimentos sobre quantas chaves existem para um determinado veículo;
• Uma lista clara, transparente e fixa de todos os usuários autorizados da chave deve ser fornecida ao cliente e à seguradora se o veículo for roubado. Além disso, o cliente deverá revogar imediatamente todas as autorizações;
• A autorização para entrar no veículo deve ser separada da autorização para dirigi-lo. Isso não apenas aumenta a segurança, mas também permite modelos de serviço futuros, como “Delivery to the car boot”;
• O ambiente de dados para armazenar e acessar a chave virtual deve ser completamente separado de outros aplicativos. Dados críticos, como autorizações e cálculos de chaves, devem ser limitados a um ambiente de armazenamento e execução seguros;
As normas deverão nortear todos os países e o processo de automação de chaves para carros. “Os riscos relacionados a chaves virtuais não se limitam a um país, pois são internacionais e globais”, salienta Lauterwasser. “Essas diretrizes foram projetadas para serem independentes de tecnologias específicas e fabricantes específicos. Elas abordam a indústria mundial de automóveis”, completa.
Moldando o futuro da mobilidade
As chaves virtuais são apenas um dos exemplos de como o AZT está interagindo com a indústria automotiva no tratamento de novas tecnologias. Fundado em 1971, o AZT investiga tecnologias automotivas relevantes para o mercado de seguro com uma perspectiva científica. Especialistas do Centro de Tecnologia estão em contato constante com as indústrias de manufatura e reparo de automóveis, universidades e a indústria de seguros.
“Estamos vendo um rápido aumento no ritmo de desenvolvimento de novas tecnologias em veículos mais novos. Muitos deles têm um impacto direto em nossos riscos segurados, bem como nos reparos e no modo como as reclamações são tratadas”, comenta Lauterwasser.

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