Notícias | 24 de outubro de 2005 | Fonte: Gazeta Mercantil

Unibanco segura obras do metrô

Apólice de R$ 24 milhões, negociada pela OCS, garante a construção dos túneis da Linha 4. A construção da Linha Amarela do Metrô de São Paulo, com investimentos de US$ 500 milhões do Banco Mundial, do Governo do Estado de São Paulo, do banco japonês JBIC e da iniciativa privada, ganhou mais uma apólice de seguro neste mês. Trata-se de uma apólice de riscos de engenharia, com custo de R$ 24,799 milhões para uma importância segurada de R$ 1,22 bilhão.

O contrato abrange os riscos dos lotes 1 e 2 durante o período de execução da obra – tanto perdas materiais, pessoais e causadas a terceiros -, desde a escavação dos túneis até a instalação dos equipamentos (excluindo-se composições de transporte de passageiros) para colocar o metrô em funcionamento. “Adicionalmente à cobertura básica, incluiu-se a contratação de coberturas extras de despesas extraordinárias, tumultos, manutenção ampla, desentulho, erro de projeto e riscos do fabricante, honorários de peritos e subsolos e massa de terra”, explicou Eduardo Castro, responsável pela OCS, corretora de seguros do grupo Odebrecht, que liderou a negociação juntamente com as corretoras dos grupos que compõem o consórcio de construtores: a LTSeg Corretora de Seguro, representante do grupo OAS; a Galcor Corretora de Seguros, representante do grupo Queiroz Galvão; e a Marsh, do grupo Alstom.

Cinco seguradoras participaram da concorrência: SulAmérica, Itaú, Bradesco, Zurich e Unibanco-AIG. Destas, restaram apenas as duas últimas. Um dos quesitos que contava pontuação dupla era a oferta de resseguro. As seguradoras com capital estrangeiro Zurich e Unibanco-AIG ofereceram capacidade de 100% para o contrato, menos para a retenção local, que fica a cargo da definição do IRB Brasil Re, único ressegurador autorizado a operar no Brasil até que o Congresso vote o projeto de lei que regulamenta a abertura do setor de resseguro, e da emissora da apólice, a Unibanco-AIG, que venceu a concorrência.

O processo de contratação desta apólice seguiu as novas regras de resseguro, conforme Circular 11 do IRB, que permite que as seguradoras busquem retrocessão internacional. “O sucesso deste contrato mostrou que o IRB está no caminho correto na sua nova política de retrocessão internacional, pois trouxe um significativo benefício ao cliente em termos de custo, amplitude de coberturas e agilidade, e ao próprio IRB, através da melhoria da classificação de risco (rating) dos resseguradores internacionais, fator de extrema importância no caso de um contrato tão longo”, disse Luis Naganime, diretor da Unibanco-AIG.

A demora na contratação da apólice de riscos de engenharia se deu em razão das restrições existentes no mercado de cobertura para túneis, cuja capacidade é muito limitada em decorrência da sua alta sinistralidade. Além do pequeno apetite para esse tipo de risco por parte de seguradoras e resseguradoras, a capacidade disponibilizada é reduzida.

Na primeira tentativa de contratação, ainda em 2004, o grupo de consórcios tinha a oferta de um contrato a custos elevados e com cobertura restrita. Para se ter uma idéia, a taxa cobrada no Brasil, um País sem catástrofes, era 40% mais alta do que obras com risco semelhante na América do Sul, em países com riscos de terremoto e vulcanismo. Depois de muitas discussões, a apólice foi emitida semana passada.

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