Notícias | 22 de agosto de 2018 | Fonte: DCI

SulAmérica avança na distribuição de fundos via parcerias com plataformas

Gestora registrava R$ 26,671 bilhões em carteiras ao final de julho de 2018, com captação líquida de R$ 4,2 bilhões nos últimos 12 meses, segundo informações do ranking de mercado da Anbima

A gestora SulAmérica Investimentos avança com a estratégia de distribuir fundos ou planos de previdência (PGBL e VGBL) por meio de plataformas digitais abertas. Essas parcerias já respondem por 20% do volume dos negócios.

De acordo com o vice-presidente de Investimentos, Vida e Previdência da SulAmérica, Marcelo Mello, as plataformas digitais independentes (abertas) contribuem na concorrência com as seguradoras dos cinco grandes bancos de varejo – Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica e Santander.

Ele lembrou que há cinco anos, os grandes bancos concentravam 95% dos recursos, mas com o avanço das plataformas digitais independentes, essa concentração diminuiu um pouco, embora ainda seja relevante.

Na indústria (setor) de fundos de investimentos, segundo dados do ranking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as administradoras dos cinco principais bancos de varejo concentram aproximadamente 75% de todos os recursos aplicados nas carteiras de investimentos. Ou seja, de cada R$ 4 em fundos, R$ 3 são administrados pelos grandes players bancários.

Se no mercado de fundos, a concentração diminuiu, o vice-presidente conta que no setor de previdência, 93% das vendas de VGBL e PGBL estão concentradas nos principais bancos de varejo, e apenas 7% em gestoras independentes.

“Nas agências [dos principais bancos], o mix é 90% VGBL, e 10% de PGBL. Na SulAmérica, por causa da venda consultiva, o mix é 60% em VGBL e 40% em PGBL. Temos a capacidade de comunicar aos clientes sobre os benefícios fiscais para quem declara na declaração completa do imposto de renda (IRPF)”, disse Mello, em evento com a imprensa, realizado ontem em São Paulo.

Mello prevê, que se a taxa básica de juros (Selic) se mantiver abaixo de 10% nos próximos anos, a concorrência entre bancos e independentes tende a aumentar. “A taxa de administração na renda fixa já está espremida, e no varejo, que é mais alta, deve se estreitar”, diz o vice-presidente.

Cenário eleitoral

No evento de ontem, o economista-chefe da SulAmérica, Newton Rosa, apresentou os principais riscos para investimentos em fundos ou planos de previdência. “No exterior, o quadro não é dos mais amigáveis por causa da política monetária nos Estados Unidos e a guerra comercial de Trump com a China. E, no Brasil, a economia vai crescer, mas num ritmo muito mais baixo do que vinha se recuperando antes. O problema é o quadro fiscal, a dívida está em 77,2% do PIB [produto interno bruto]”, enumerou o economista.

O cenário eleitoral no Brasil ainda é de indefinições. Ontem, o dólar à vista rompeu a barreira dos R$ 4 e fechou em R$ 4,0414 após a repercussão de pesquisas eleitorais no mercado financeiro, enquanto a moeda americana no exterior registrava baixa ante outras divisas devido ao discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o “fim do dinheiro barato”, referindo-se ao aumento dos juros pelo FED, o BC dos Estados Unidos.

Na visão de Marcelo Mello, a corrida presidencial está ainda no começo, e que o candidato de centro (PSDB), Geraldo Alckmin, ainda pode se recuperar com o tempo maior de propaganda eleitoral gratuita no rádio/TV. “Mas o mercado é muito pragmático. Se perceber que determinado candidato [Alckmin] não ganha tração nas pesquisas, pode colocar suas atenções em outro. Foi o que ocorreu na campanha passada, quando Marina (Rede) assumiu o lugar de Eduardo Campos (PSB)”, lembrou.

Para o investidor navegar nesse ambiente de volatilidade da bolsa de valores e do dólar, a SulAmérica divulgou ontem algumas carteiras que podem proporcionar ganhos. “O Endurance FIM [multimercado] opera vendido em iene e dólar canadense e comprado em dólar americano”, exemplificou.

E ao investidor mais cauteloso, Marcelo Mello também citou o fundo Tático FIM. “É uma estratégia bem de curto prazo. Talvez seja o melhor momento [até passar essa volatilidade]”, argumentou.

Para o longo prazo, Mello aponta que o próximo presidente terá que enfrentar o ajuste fiscal com a reforma da previdência. “Privatizar paga uma parte da dívida, mas não resolve a questão fiscal”, diz.

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