Notícias | 1 de fevereiro de 2022 | Fonte: CQCS | Sueli Santos

SRO fomenta inovação no mercado de seguros

Padronizar informações, estimular inovação e abrir oportunidades de negócios é a aposta na adoção do novo sistema de registro das operações de seguro (SRO). Aprovada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e regulamentada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), a adoção do sistema deve conferir mais governança e transparência ao setor, com a padronização de informações e a agilidade no acesso a dados. Isso facilita o ingresso das seguradoras no open insurance. É o que mostra reportagem publicada no jornal Valor Econômico desta segunda, dia 31.

Em entrevista ao jornal, Vinicius Brandi, diretor da Susep, afirmou que o SRO contribui para a transformação digital do setor de seguros, além de estar conectado diretamente com o open insurance. Para ele, o SRO acaba por ser um acelerador para a implementação do open insurance. “O SRO é uma base de dados sobre o mercado de seguros que traz essa riqueza de informação”, disse.

Marcos Watanabe, cientista de dados chefe da Suthub, empresa que desenvolve a plataforma do SRO, também foi ouvido pela reportagem e disse que o mercado ganha com a aceleração de governança e aumento da transparência, mas os desafios são grandes. “O SRO será o maior repositório de dados de seguros da América Latina e vai pavimentar o open insurance”, ressaltou.

Renato Mandaliti, sócio do Mandaliti Advogados, diz que o SRO confere segurança aos envolvidos na operação de seguro garantia. “Especialmente o segurado e o beneficiário, acerca da efetiva existência da apólice de seguro garantia e das principais informações de cobertura, reduzindo o risco de apólices falsas”, afirma Mandaliti.

Segundo a reportagem, este ano, o SRO receberá informações da maior parte das apólices do setor (patrimonial, transportes, automóvel, pessoas, habitacional e microsseguros) e, nesse processo, conforme circular Susep 599, de 30 de março de 2020, é importante o papel das entidades registradoras das operações de seguros, previdência complementar aberta, capitalização e resseguro.

Até o momento, a Susep credenciou seis registradoras, responsáveis pelo monitoramento das operações de registro e por disponibilizar os dados ao regulador e às seguradoras.

Oportunidade

Uma das seis registradoras homologadas pela Susep, a B3 quer se posicionar como uma infraestrutura para o mercado securitário. Em dezembro de 2021, a B3 lançou, com a Finansystech, uma plataforma que gerencia dados para auxiliar as seguradoras a aderirem ao open insurance.

“Vimos oportunidade de trabalhar as duas coisas de forma conjunta. Já que a seguradora tem a obrigação de se registrar aqui, por que não auxiliá-la no open insurance?”, perguntou Ícaro Leite, superintendente de produtos de seguros da B3.

Para Ivan Lopes, CEO da Central de Registro de Direitos Creditórios (CRDC), também homologada pela Susep para atuar como registradora, o primeiro desafio de criar infraestrutura e colocar o processo em andamento foi atingido. Agora, há um grande processo adaptativo e educativo para que o mercado vislumbre novas oportunidades de negócios. “O próximo desafio é o mercado enxergar o SRO não apenas como registro, mas como um instrumento para desenvolver outros serviços e produtos”, analisa Lopes.

Marcelo Maziero, sócio-fundador e presidente do conselho da CERC, também homologada pela Susep para atuar como registradora, diz que já está oferecendo para as seguradoras alguns serviços, como gestão de risco.

Ele considera que a fase atual é de educação do mercado para mostrar benefícios que as seguradoras ainda não perceberam. “O SRO vai estimular as seguradoras a se modernizarem, não dá mais para ter apólice escrita à mão”, finalizou.

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