A zona leste da cidade de São Paulo é a campeã de roubos e furtos de automóveis. Os bairros de Ferraz de Vasconcelos, Carrão, Vila Matilde, Patriarca, Itaquera e São Miguel são alguns dos preferidos para a ação dos criminosos. Isso é o que revela um levantamento realizado pelo Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo ? Sindsegsp, ao mostrar que, de cada 10 furtos ou roubos na cidade, 3,7 ocorrem somente nesta região da capital. De acordo com o levantamento, as avenidas e ruas de maior incidência desse delito são Aricanduva, Assis Ribeiro, Paranaguá, São Miguel, Marechal Tito e Alvinópolis.
“Há mais de 10 anos que a zona leste lidera o ranking de roubos e furtos de veículos. Por isso, elaboramos um estudo detalhado que mapeia as ruas e bairros mais visados pelos ladrões, no intuito de trocar informações com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo”, diz Marcelo Blay, vice-presidente do Sindsegsp.
Ainda de acordo com a pesquisa, cerca de 1.850 carros segurados são furtados ou roubados mensalmente na Zona Leste. Mas a estatística alarmante não se resume apenas à região. Nos primeiros três meses deste ano, a Polícia Civil registrou quase 23 mil roubos e furtos de automóveis na cidade – o equivalente a 262 por dia. Grande parte dos veículos que literalmente somem das mãos de seus proprietários também vem de outras localidades, como a região do ABCD, Mauá, Osasco, Jabaquara e Ipiranga (Sul), Vila Guilherme e Tucuruvi (Norte) e Pirituba (Oeste).
“Nestas regiões, onde a probabilidade de roubos e furtos é maior, o preço do seguro pode ficar até 65% maior que o de outras localidades, já que na formulação do custo as seguradoras costumam levar em conta o local de pernoite do carro”, explica Blay. Os automóveis mais procurados pelos ladrões são: em primeiro lugar a caminhonete D-20 à diesel, seguida pelos veículos Chevette, Golf (importado), Tipo, Kombi, Tempra, Omega, F-1000 à diesel, Voyage e Santana Quantum, nesta ordem. Segundo Blay, do Sindsegsp, a preferência por carros à diesel, deve-se ao fato deles serem mais econômicos, enquanto a procura pelos modelos já fora de linha ocorre para abastecimento dos desmanches espalhados pela capital.
Além dos populares, os veículos mais velozes e com quatro portas também entram na lista, pois geralmente são utilizados para assaltos. “Enquanto os furtos são mais freqüentes em locais de grande aglomeração, como portas de universidade, hospitais, estações de trem e metrô e casas noturnas, os de maior risco de roubo se restringem a pontos de parada de veículos, como semáforos e cruzamentos”, completa Blay.