Notícias | 27 de novembro de 2003 | Fonte: Gazeta Mercantil

Setor investirá em campanhas de imagem

– As seguradoras precisam ser mais criativas. É preciso romper com a mesmice burocrática e criar produtos baratos e simples para a população. Esse foi o teor da palestra “Marketing do Seguro”, proferida pelo publicitário Nizan Guanaes ontem, na 2ª Conferência Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdência Privada e Capitalização, que termina amanhã no Rio de Janeiro.
Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente da Bradesco Seguros, maior seguradora do País, concorda com o publicitário, dono da conta da Sul América. Mas, para o executivo, enquanto o setor aguarda o tão esperado “espetáculo do crescimento” orquestrado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é preciso construir a comunicação do setor com toda a sociedade. “Temos de mostrar que as seguradoras significam proteção de vida, de bens, de saúde”, enfatizou.
Júlio Bierrenbach, presidente da Real Seguros, defende que a mudança na imagem das seguradoras tem de começar dentro das companhias. “Os funcionários da central de atendimento tinham uma postura como a de órgãos do governo, vendo a seguradora como uma empresa que nega o pagamento de indenizações. Mostramos a eles os números. Na época, eram pagos R$ 2,3 milhões por dia em indenizações. R$ 1,5 mil por dia. O setor todo paga 250 mil perdas totais no seguro de automóvel por ano. Isso eqüivale a boa parte da produção de uma montadora no País. Outro número de impacto. Só no Brasil se vê uma seguradora pagar em 4 dias após a entrega de toda a documentação. No mundo, se leva mais de dois meses para indenizar um segurado”, afirmou.
Para Cappi, a massificação será uma realidade após outras conquistas do Brasil, como a melhor distribuição de renda, e também após o empenho das companhias de seguros em criar produtos segmentados. Ele acredita que o seguro de vida é o que tem maior apelo para a massificação. Segundo ele, a Bradesco prepara o lançamento para 2004 de um produto de vida, com custo inferior a R$ 9 mensais, com cobertura de vida, acidentes pessoais e auxílio funeral.
Cappi também acha que falta no mercado um produto de seguro de vida com resgate. O Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), líder das vendas neste ano, é um produto de acumulação de renda. Apenas 5% dos fundos comercializados contam com a proteção de um seguro. Esse tipo de produto já está disponível no mercado, mas por enquanto os preços praticados estão longe de contribuir com a nova onda do momento, a massificação, afirmou Cappi.
Bierrenbach, da Real, concorda. “Levamos tempo para chegar a um produto ideal para ser vendido na rede de lojas C&A. No início incluímos várias coberturas a pedido da cliente e fomos moldando até chegar a um produto bom para todos os lados”, disse.
Após a etapa da mudança da imagem e o aumento do poder aquisitivo da população, outro ponto a ser atacado pelas seguradoras para atingir a massificação é a distribuição dos produtos. “Algumas seguradoras já desenvolveram canais mais baratos e produtos para serem vendidos por meio de cartões de crédito, contas de luz, de água”, disse João Elísio Ferraz de Campos, presidente da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), para acrescentar: “Mas é preciso aumentar a oferta”.
(Finanças & Mercados/Página B2)(Denise Bueno)

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