Notícias | 14 de setembro de 2005 | Fonte: Gazeta Mercantil

Setor espera queda dos preços após abertura

O presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Marcos Lisboa, afirmou que as empresas e as famílias serão beneficiadas pela abertura do setor ressegurador, embora não sejam os clientes diretos desse mercado. Segundo o economista, a quebra do monopólio que a estatal detém permitirá a criação de novos produtos e redução nos preços.

`A abertura do mercado incentivará as seguradores a oferecer produtos inovadores, que não existem no Brasil. O custo das apólices também cairá porque, com mais de uma empresa nesse mercado, as apólices refletirão diretamente os riscos envolvidos, porque uma situação de monopólio permite subsídios cruzados entre algumas modalidades (quando a apólice de uma modalidade embute parte de alguns custos de outra mais cara, como forma de reduzir artificialmente seu preço)` afirmou, durante seminário sobre a abertura do mercado de resseguros, ontem, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.

Lisboa explicou que, com a quebra do monopólio do resseguro – o Projeto de Lei tramita no Congresso desde o início do ano -, o IRB teria, obrigatoriamente, de repassar ao mercado 60% dos contratos. Hoje, o repasse é facultativo, mas, no ano passado, foram transferidos o equivalente a pouco mais de 40% da receita. Segundo especialistas, uma maior competitividade no mercado de resseguro pode tornar financeiramente vantajoso, para as empresas que atendem o pequeno consumidor, transferir parte de suas carteiras para resseguradoras, barateando, assim, as apólices.

Lisboa disse, ainda, que não sabe se será permitido, no Brasil, que seguradoras atuem no mercado de resseguro. `Trata-se de uma questão em que não há consenso no mundo. Mas tendemos a optar pela separação dos mercados`

Presente ao evento, o diretor regional para a América Latina da resseguradora britânica Benfield, Aidan Pope, acredita que o melhor caminho seja a separação das atividades. `A união das atividades gera um conflito de interesses`, avalia. Presente no Brasil desde 1999, atuando como consultoria e resseguradora de alguns contratos repassados pelo IRB, a Benfield, segundo Pope, está otimista com a quebra do monopólio. `Nossa expectativa é, em até cinco anos após a abertura, conquistar de 20% a 25% do mercado ressegurador brasileiro`

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