Notícias | 2 de outubro de 2019 | Fonte: CQCS | Sueli Santos

Setor de Seguros vive um momento de reinvenção da inovação

O repórter do jornal Valor Econômico, Sérgio Tauhata, esteve no ITC Insuretech Connect que aconteceu em Las Vegas e produziu uma série de reportagens para o jornal. Em uma delas, ele diz que o setor de seguros americano vive um momento de reinvenção da inovação.
Os participantes do ITC questionaram por que a indústria de seguros demora para absorver as inovações que ajudam a melhorar o atendimento aos clientes. Glen Shapiro, presidente da seguradora Allstate Personal Lines, disse que as companhias estão se adaptando, mas não rápido o bastante. Ele lembrou que há 30 anos, os processos eram basicamente manuais. Ele lembrou que uma seguradora americana levava de cinco a sete dias para pagar uma indenização. Hoje, segundo ele, apesar de todo o avanço de automação e digitalização operacional, o tempo ainda é o mesmo.
O executivo explica que os cinco dias até o pagamento da indenização poderiam, na verdade, ser reduzido para duas horas com as tecnologias já existentes. Shapiro cita o exemplo da primeira análise dos danos. “O consumidor pode tirar fotos do próprio carro para a companhia fazer a estimativa, não precisa enviar um profissional até o carro para fotografar, algo que gasta um dia inteiro”, diz.
O aprendizado de máquina pode ser usado para acelerar ainda mais o processo de avaliação do que fazer, inclusive, com a definição se houve perda total ou o veículo pode ser reparado.
A tecnologia de seguros precisa realmente entregar o que se espera”, afirma Jay Gelb, diretor de seguros do Barclays. Para o executivo, “muitas marcas importantes estão muito atrás de companhias de outros setores em termos de capacidades tecnológicas”.
A reportagem traz o depoimento de Mark Purowitz, chefe de seguros e insurtech da Deloitte. “Acho que o foco de tentar criar uma disrupção na indústria não funcionou do jeito que todos imaginavam”, acrescenta Michael Larocco, CEO da State Auto Insurance. Para o especialista, muitas insurtechs tinham a proposta de mudar tudo para todos, mas não foram bem-sucedidas em criar inovações com aplicações práticas.
Segundo especialistas, a visão de insurtechs como competidoras das empresas tradicionais têm evoluído para outra mais voltada à ideia de parcerias. “Muitos empreendedores que começam agora uma companhia não pensam mais em competir, mas como conseguir colaborar com a indústria”, diz Sean Park, fundador e executivo-chefe da firma de venture capital Anthemis Group.
A Deloitte divulgou no evento uma pesquisa com o balanço de investimento em insurtechs nos EUA. O ano de 2019 caminha para um novo recorde em termos de aportes em startups de seguros, de acordo com a consultoria. Apenas no primeiro semestre deste ano já foram investidos US$ 2,2 bilhões em companhias iniciantes de tecnologia aplicada a seguros.
O resultado de metade do ano já representa a quarta melhor marca da história. O valor está US$ 400 milhões abaixo de todo o volume de 2018. “As insurtechs estão no rumo de eclipsar o recorde de investimento no segmento visto em 2015, de US$ 3 bilhões”, aponta o relatório.
De acordo com Purowitz, “muitos seguradores ainda estão focados em apenas melhorar sistemas legados e seus atuais modelos de negócios em lugar de aplicar recursos em inovações de verdade”. Mas deveriam aproveitar a oportunidade de parcerias para efetivamente mudar a maneira de pensar o negócio e criar a transformação que o consumidor digitalizado vai passar a exigir cada vez mais,considera.

FAÇA UM COMENTÁRIO

Esta é uma área exclusiva para membros da comunidade

Faça login para interagir ou crie agora sua conta e faça parte.

FAÇA PARTE AGORA FAZER LOGIN