Notícias | 25 de setembro de 2020 | Fonte: CQCS

“Sem um choque disruptivo, o racismo estrutural não terá fim”, afirma diretor da Fenaprevi em discussão sobre racismo no ambiente corporativo

Para marcar o Dia da Diversidade e Inclusão no Setor de Seguros, a Confederação Nacional das Seguradoras, CNseg, promoveu hoje (25),  uma Webtec com o tema “O Papel das Empresas para a Urgente Superação do Racismo na Sociedade Brasileira”. Participaram da discussão Alexandra Loras, executiva, comunicadora, mentora, consultora e ex-consulesa da França em São Paulo; Carlos de Paula, Diretor Executivo da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi); Narely de Paula, Head de Energy da Austral Seguradora; Tereza Moreno, VP Financeira & CFO da Prudential do Brasil Seguros de Vida e Thiago Amparo, professor de Direito e Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas-SP. O encontro foi mediado pela Diretora de Relações de Consumo e Comunicação da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Solange Beatriz Palheiro Mendes.

Alexandra apresentou que no do dia-adia o racismo pode ser visto de forma clara, como na falta de super heróis negros, de bonecas negras ou em diversas campanhas publicitarias.“ Seria muito bom ver um mundo onde tudo que foi feito pelos negros fossem considerado bonito. Sempre vemos a hiper sexualização da mulher negra, “superbebês “sempre brancos de olhos azuis. O Brasil é o segundo país onde há mais negros do mundo e não há uma loja onde exista um supre herói nacional negro. Nos acostumamos com ele, mas ele está aí. Utilizaram nosso cabelo crespo para representar uma palha de aço.

Thiago apresentou algumas alternativas que as empresas pode adotar para diminuir o índice de desigualdade dentro das companhias. De acordo com o professor, diversidade cria um ambiente mais inclusivo. “As 500 maiores empresas do Brasil são massivamente brancas e masculinas. Homens negros representam apenas 4% dos conselhos de administração dessas empresas. “Grande parte da diferença entre salários de negros e brancos não pode ser explicada por outra razão, que não a questão racional. Precisamos entender quais as razões que perpetuam essa realidade (contratações que não levam em consideração a diversidade, equidade), a falta de pessoas negras em espaços de poder. Não basta inserir as pessoas, é preciso desenvolve-las. isso não pode ser feito de uma hora para outra porque vai haver falhas. Precisamos ter todas as pessoas envolvidas nessa questão . Precisamos ir além da contratação e ver quais os gargalos que colaboram com essa situação se perpetuem”.

Narely de Paula apresentou sua experiência dentro do mercado segurador e afirmou que  é preciso ter empatia ao olhar a realidade, mas que ela não é um vírus que a gente anda na rua e pega, é um processo de construção intelectual. “Estou onde eu estou por uma questão de oportunidade, não porque eu sou acima da média, mas porque sou regular com todos e tive uma oportunidade de desenvolvimento. Precisamos olhar para nossa sociedade com mais sinceridade e procurar entender por que a sociedade é maioritariamente negra e as empresa não conseguem refletir, minimamente isso. É muito importante criar essa rede entre todo mercado para criar essa ligação”.

Thereza contou um pouco sobre sua experiência dentro da Prudential e afirmou: “Precisamos erradicar o racismo no Brasil. Na minha experiência profissional vivi muitas situações de racismo. Precisamos de representatividade, minha primeira chefe era mulher e negra, e isso foi muito importante para mim. Eu não quero ser mais uma exceção, por isso precisamos falar para nossas crianças sobre essas questões”.

Carlos também compartilhou um pouco de sua experiência e afirmou: “Sem um choque disruptivo, o racismo estrutural não terá fim. Medidas afirmativas causam desconforto porque mexem com aquilo que está dentro de nós”. Ele  ainda contou que, ao longo dos anos, pode comprovar que ter oportunidades faz a diferença, pois o quadro que mais marcou a minha história foi ver que pessoas ficaram pelo caminho. “Mesmo em lugares onde ações afirmativas já estão implantadas, ainda há desafios a serem enfrentados, afinal, as injustiças no Brasil tem uma preferência por determinada cor da pele”, pontuou.

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