Notícias | 8 de setembro de 2005 | Fonte: O Estado de S.Paulo

Sem estudar, motorista acerta 80%

Funcionário público fez prova direto para não gastar com curso: pagou R$ 36,00 pelo teste, mas nem precisou consultar cartilha

Camilla Rigi Especial para o Estado

Mesmo sem concordar, o funcionário público Ariovaldo Gonçalves fez ontem a nova prova exigida pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

`Acho um absurdo, a gente já paga tanta taxa para manter um carro, agora temos mais isso`, criticou. Gonçalves nem precisou estudar a cartilha sobre o assunto para passar no exame com 80% de acerto.

A exigência de um curso de primeiros socorros e um de direção defensiva passou a vigorar ontem no Estado para todos os motoristas que tiraram carta antes de 1999 (veja quadro abaixo). `Achei mais barato optar pela prova e não fazer o curso presencial`, disse Gonçalves. Ele retirou a cartilha num CFC na semana passada, porque sua carteira venceria hoje. `Não tive escolha, uso muito o carro, não posso ficar sem carta.`

Outras pessoas na mesma situação do servidor começaram a procurar CFCs ontem em busca de informações. Dono de um centro em Santana, zona norte, Edson Fleckenstein disse que a demanda maior é pelos cursos presenciais, apesar de eles serem mais caros. `Principalmente o pessoal mais maduro escolhe as aulas.

Acredito que é porque o aprendizado é maior assim.` Ele marcou ontem o curso para duas pessoas. Outras duas optaram, como Gonçalves, por fazer a prova direto.

Ao contrário do que ocorreu na semana passada, com a corrida para renovar a carta antes da entrada em vigor dos cursos obrigatórios, motoristas que procuraram os postos do Poupatempo e o Detran não enfrentaram filas ontem. No Poupatempo da Praça da Sé, durante toda a manhã, só duas pessoas foram renovar a carteira com o certificado dos cursos. Outras quatro tiveram de voltar para casa porque não sabiam das novas exigências ou estavam mal informados.

`Sabia do curso, mas pensei que, com a prorrogação, não precisaria do certificado`, disse o funcionário público Antônio Célio Fraga, referindo-se à ampliação, até o dia 30, do prazo para renovação de quem teve a carteira vencida até domingo. Fraga não tem direito a atualizar o documento pelo esquema antigo porque sua carta vence na quinta-feira.

O número total de renovações na Sé foi de 620, a grande maioria de pessoas com carta vencida até domingo. Número bem inferior ao de sexta-feira quando o posto atendeu 1.265 motoristas. O movimento também caiu nos postos de São Bernardo e Itaquera, que fizeram ontem, respectivamente, 540 e 470 atendimentos.

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