Companhias aéreas e destinos também lançam produtos para estimular as viagens; Procon alerta viajantes sobre as cláusulas dos contratos
A gerente comercial Ane Caroline Rocha, 39, deixou a quarentena e o home office recentemente. Desde domingo, a baiana retomou as viagens comerciais para visitar os clientes em Recife (PE), Vitória (ES) e São Paulo (SP). Se no pré-pandemia a executiva já tinha o hábito de contratar um seguro-viagem, agora é que ela não abre mão do item na bagagem. “Além do seguro, contratei uma cobertura extra para Covid-19, mesmo tendo plano de saúde”, conta.
Ane Caroline contratou um seguro-viagem GTA com cobertura intermediária de R$ 18 mil e um adicional de R$ 6.000 para despesas médico-hospitalares em caso de internação pela Covid-19. “Fiz três emissões do seguro por trecho e estou pagando, em média, R$ 32 por semana e foram acrescentados R$ 67,20 como proteção extra contra a Covid-19. É muito barato”, salienta.
No Brasil
A preocupação de Ane faz sentido. Não são apenas os destinos internacionais, como Aruba e Turquia, que estão exigindo dos viajantes a contratação de um seguro-saúde – e até teste RT-PCR negativo para Covid-19 –, mas também alguns domésticos, como Barra Grande, na península de Maraú, na Bahia, e o arquipélago de Fernando de Noronha. “Antes da vacina, acredito que o brasileiro terá de agregar essa proteção extra na viagem”, destaca Ane.
Se para passeios no Brasil a proteção é importante, para viagens no exterior é um item fundamental. A pedagoga Taís Alice Cardoso, 37, não se sente nem um pouco confortável em pegar agora um voo para o exterior sem contratar um seguro mais abrangente. “Soube que já existem seguros que cobrem internação por Covid-19 e quero me informar melhor antes da minha próxima viagem”, afirma. Ela e o marido, o analista de sistemas Fernando Castro, 39, já planejam viajar para o Caribe no próximo ano e não cogitam embarcar sem essa proteção.
Oferta e procura
Ane e Taís são apenas duas desses viajantes que têm exercido uma pressão sobre o mercado. Na onda da lei de oferta e procura, muitas seguradoras começaram a oferecer o seguro Covid como extensão do seguro-viagem ou opcional. Até então, os contratos excluíam das apólices pandemias, epidemias, fenômenos naturais e terrorismo.
“As seguradoras precisaram esperar um pouco para observar a doença, estudar os riscos, precificar o produto e se adaptar à nova realidade”, afirma José Antônio Menezes Varanda, coordenador do curso de graduação e professor da Escola de Negócios e Seguros (ENS).
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