Notícias | 23 de julho de 2014 | Fonte: Aiana Freitas| UOL

Seguro popular de carro é mais barato, mas muitos não protegem nem de roubo

carroQuem não tem condições de pagar por um seguro tradicional de carro encontra, no mercado, algumas opções que as empresas classificam como “populares”.

As estimativas do Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo (Sincor-SP) mostram que, hoje, um seguro tradicional custa de 3% a 10% do preço do veículo. O preço depende do ano de fabricação do veículo, o fato de a marca ser ou não visada por bandidos e o perfil do motorista, entre outros critérios.

Assim, para um carro de R$ 30 mil, por exemplo, o valor do seguro pode variar de R$ 900 a R$ 3.000 por ano.

No caso dos seguros populares, os preços partem de R$ 220 por ano. Esses produtos, porém, têm uma série de restrições. Alguns não oferecem coberturas importantes, como contra roubo, furto e colisão. Por isso, alertam especialistas, não servem para todo mundo e devem ser contratados com atenção.

Caixa Econômica Federal, Bradesco, Liberty e BNP Paribas Cardif são algumas das empresas que vendem, atualmente, produtos com preço mais em conta do que os dos seguros tradicionais de automóveis.

A contratação é facilitada e, algumas vezes, pode ser feita pela internet. A burocracia é mínima: o carro não passa por vistoria, por exemplo.

Para atrair clientes, algumas seguradoras também associam, a esses produtos, sorteios mensais em dinheiro.

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O produto oferece apenas duas coberturas (danos corporais a terceiros e acidentes pessoais de passageiros) e não engloba roubo, furto ou colisão. O cliente tem acesso, ainda, a alguns serviços gratuitos, como reboque, troca de pneus e chaveiro. O cliente ainda concorre a sorteios de R$ 40 mil por mês.

A ideia, segundo o diretor de riscos diversos da Caixa Seguros, Luis Alberto Charry, é permitir que alguns consumidores “tenham um seguro para o veículo pela primeira vez”.

Com nome praticamente igual ao do produto da Caixa, o Autofácil BNP Paribas Cardif também foi criado para carros com até 15 anos de uso e oferece sorteios mensais de R$ 25 mil para os clientes.

O seguro cobre roubo e furto de carros. O preço varia de R$ 79,90 a R$ 199 ao mês (R$ 958 ou R$ 2.388 ao ano, respectivamente), de acordo com o modelo e ano do veículo. O perfil do cliente, que pode encarecer o produto em alguns casos, não é levado em consideração.

Caso queira incluir cobertura contra colisão, o cliente precisa pagar de R$ 20 a R$ 30 a mais na mensalidade. Não há assistências gratuitas, apenas opcionais, que custam R$ 10 por mês. Toda a contratação é feita pela internet.

“Com esse seguro, atendemos principalmente ao consumidor jovem, que está comprando sua primeira apólice e, por causa disso, costuma pagar mais”, diz Adriano Comparoni, diretor comercial de automóveis da BNP Paribas Cardif do Brasil.

Público são jovens que compraram primeiro carro
A Liberty Seguros também tem um produto voltado para jovens que acabaram de comprar o primeiro carro, além de donos de automóveis antigos (de até 25 anos).

O Auto Consciente custa, em média, R$ 640 por ano (parcelados em até dez vezes) e tem cobertura de responsabilidade civil para casos de acidentes envolvendo terceiros, acidentes pessoais para proteção dos passageiros, danos materiais e corporais causados a outras pessoas ou empresas. Não cobre roubo, furto ou colisão.

O seguro oferece assistência 24 horas (com os serviços de reparo ou socorro do carro após pane ou sinistro, guincho, chaveiro, socorro em caso de falta de combustível e troca de pneus) e sorteios mensais de R$ 5 mil.

A Bradesco Seguros criou o Seguro Primeira Proteção Veicular, exclusivo para correntistas do banco. Custa R$ 499,50, valor que pode ser parcelado em dez vezes sem juros.

O produto oferece cobertura para danos materiais, corporais e morais (também não cobre roubo, furto ou colisão), além de serviços de reboque e chaveiro, entre outros, para carros de até 15 anos.

‘Pior do que não ter seguro é achar que tem’
O presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, diz que é preciso ter muito cuidado na hora da contratação de um seguro popular. “Pior do que não ter seguro é achar que tem. Esses seguros são baratos, mas têm coberturas muito limitadas”, diz.

Ou seja: se a ideia é se proteger de problemas relacionados a furto, roubo ou colisão, eles podem não ser os mais apropriados, porque a maioria não tem esse tipo de cobertura. Mesmo no caso de seguros que cobrem tudo isso, o valor de indenização pode ser baixo.

Ter a ideia errada sobre a real cobertura oferecida, ou se deixar levar pelos apelos dos sorteios, é preocupante, diz Camilo. “Mas, se o cliente tiver ciência das limitações, pode ser interessante.”

Para o advogado Antonio Penteado Mendonça, os seguros “populares” deveriam ser chamados, na verdade, de “simplificados”.

Isso porque, segundo ele, existe a expectativa de que os consumidores de fato tenham acesso a seguros mais baratos, mas com coberturas mais amplas, quando for aprovada uma legislação que prevê o uso de peças não originais pelas seguradoras. O assunto, porém, vem sendo debatido há anos e ainda não foi regulamentado.

Um comentário

  1. ARNUSS JR (Corretor de Seguros - SUSEP 10.0716081)

    24 de julho de 2014 às 10:53

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