Notícias | 6 de setembro de 2019 | Fonte: CQCS

Seguro garantia e educação financeira são temas em destaque da 9ª Conseguro

No segundo e último dia da Conseguro, os congressistas dividiram atenção em diversos painéis. Na parte da manhã, um deles foi “Infraestrutura, o seguro na agenda para o crescimento”, que contou com a participação de Antonio Trindade, presidente da FenSeg; Rodrigo Belloube, diretor da Fenaber; Leonardo Deeke Boguszewski, CEO da Junto Seguros; e Renato Sucupira, presidente da BF Capital.

Boguszewski disse que a solução para que o Brasil volte a investir em infraestrutura passa pelo setor privado, como investidor, e também, pelo seguro. Ele lembrou que o país tem mais de 14 mil obras paradas. “No Brasil, ou se faz tudo público ou tudo privado ou não se faz nada. É preciso intensificar o diálogo e o gerenciamento de riscos para que cada parte assuma riscos e, assim, possamos avançar na infraestrutura, que recebe investimentos mínimos, suficientes apenas para se manter. Precisamos avançar”, alertou.

Renato Sucupira sugeriu que, no texto do Projeto de Lei nº1.262/95, que trata de mudanças na Lei de Licitações, conste “até 100%”. O PL determina que obras acima de R$ 200 milhões contratem seguro para garantir até 30% do valor inicial do contrato. “Quem quiser, faz zero, 30%, 60%, 100%”. Segundo ele, o credor quer proteção e vai buscar garantias para reduzir o custo do capital e garantir a entrega do projeto. São capitais de longo prazo e financiamentos baseados na garantia”, defendeu.

Além de resolver esse problema, que determinará o apetite ou a dieta das seguradoras na oferta de garantias, é preciso seguir a tendência das exigências dos resseguradores, parte importante em qualquer contrato de seguro de grandes riscos, como de infraestrutura. De acordo com Rodrigo Belloube, diretor da Fenaber e CEO da Munich Re no Brasil, há oferta abundante de capital no mundo para o país, mas algumas exigências precisam ser cumpridas.

“As resseguradoras movimentam US$ 250 bilhões no mundo e o Brasil representa menos de 1%. São mais de US$ 500 bilhões em equity e outros US$ 100 bilhões em capital alternativo disponíveis para projetos no mundo, para diversificar investimentos”, explicou.

Longevidade e o planejamento financeiro

Poupar recursos terá de fazer parte da rotina de todos, considerando-se o papel secundário que vai assumindo um Estado provedor cada vez mais desfigurado por dívidas e sem capacidade de proteger e amparar. A educação –  a formal primeiro; a financeira, depois – será um gatilho para preparar as diversas gerações na construção de um futuro mais seguro.

Esse foi o tema do segundo painel da manhã “Educação- como preparar a sociedade em cenário de longevidade e de reforma da Previdência Social”. Participaram o secretário de  Políticas de Previdência Social do Ministério da Economia, Leonardo Rolim; o professor Naercio Menezes Filho, do Insper, Jorge Nasser, presidente da FenaPrevi, e Marcelo Farinha, presidente da FenaCap. O jornalista e economista George Vidor fez a intermediação.

O professor Naercio Menezes Filho disse que a reforma da previdência vai exigir que os trabalhadores mais maduros permaneçam no mercado de trabalho por mais tempo para cumprir exigências como idade mínima e obter maiores benefícios e isso deve trazer dificuldades de ingresso no mercado de trabalho para os jovens profissionais, reconhece e problemas na hora da aposentadoria.

Ele explicou que o desafio de custear as despesas na velhice cobra um salto na produtividade brasileira, que parece estar ameaçada pela qualidade do ensino. “Mesmo com gastos que triplicaram por cada aluno do ensino fundamental entre 2000 e 2014, não houve efeito na produtividade, estagnada há três décadas”, lembrou ele.

Já o secretário Leonardo Rolim disse que a educação é estratégica para garantir melhorias reais do País, um mercado de trabalho mais saudável e um sistema de previdência social mais equilibrado. A reforma da Previdência tornou-se prioritária porque o país caminha para estar entre as dez nações mais envelhecidas até o fim do século e as despesas de hoje já equivalem a de países maduros. “O Brasil convive com rápida transição demográfica. Antes, era um dos países mais jovens do mundo e agora mudou sua trajetória e estará entre os 10 países mais envelhecidos. E, ao contrário da Europa, nós não estamos enriquecendo antes de envelhecer. Então, teremos de ficar ricos a pós envelhecer, o que é desafio mais complexo”, relatou ele.

O presidente da FenaPrevi, Jorge Nasser, apontou os planos de previdência privada entre as soluções para atenuar os riscos de um envelhecimento sem qualidade de vida. Mas fantasias de parte da população terão de ser destruídas, já que ainda há pessoas que acreditam que o Estado vai operar um milagre e pagar 20 salários quando se aposentarem no regime geral. O presidente da FecaCap, Marcelo Farinha, afirmou que os trabalhadores não poderão poupar todos os excedentes para a aposentadoria, mas poderão comprar títulos de capitalização, de acordo com seus objetivos.

FAÇA UM COMENTÁRIO

Esta é uma área exclusiva para membros da comunidade

Faça login para interagir ou crie agora sua conta e faça parte.

FAÇA PARTE AGORA FAZER LOGIN