Notícias | 29 de novembro de 2019 | Fonte: Eu Quero Investir

Seguro de vida e a blindagem patrimonial

Dentre todas as classes de ativos, tem uma, especificamente, que eu noto grande preconceito por parte do brasileiro, o seguro de vida ou reservas lastreadas. Isso me leva a crer que o problema é cultural. Dizem que na maior parte do mundo temos a pirâmide “A”, enquanto no Brasil temos a pirâmide “B”. Você concorda?

Ora, como pode alguém não aderir a um seguro de vida, mas ter um ou mais seguros de veículo? É um questionamento que me faço constantemente e é exatamente por isso que resolvi escrever sobre o assunto. Assim, ou eu os convenço dos benefícios desse produto ou vocês me convencem do contrário.
Finanças pessoais

Para chegarmos no assunto de hoje, vamos revisitar alguns conceitos de finanças pessoais e investimentos. Vejam a figura abaixo:

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Temos basicamente duas partes nela: do meio para a esquerda, “finanças pessoais”; do meio para a direita, “investimentos”. As finanças pessoais são compostas pelas receitas e despesas de uma pessoa e as estratégias para otimizá-las. O resultado dessa subtração (receita-despesas) é o que chamamos de capacidade de poupança.

É essa capacidade aliada a rentabilidade e o tempo de investimento que ditará a velocidade que o investidor alcançara seus objetivos. Eles podem ser os mais variados e é aí que entra a “teoria dos 3 potinhos”.

É uma forma simples e genérica de você dividir seus recursos poupados em 3 classes:

  • Reserva de emergência;
  • Sonhos;
  • Aposentadoria.
  • Reserva de emergência

A reserva de emergência é composta por recursos investidos de forma ultra conservadora e bastante líquida, ou seja, baixíssimo risco e fácil acesso. É a facilidade de transformar o ativo financeiro em dinheiro.

A liquidez é desejada, pois geralmente emergências acontecem de forma inesperada e os recursos são consumidos de forma imediata. Baixo risco para evitar que no momento que você precise da sua reserva de emergência, seus investimentos não estejam acumulando perdas.
Assim, fundos DI, CDB´s com liquidez diária e LFT´s – Letras Financeiras do Tesouro são boas opções para compor esse primeiro potinho da reserva de emergência. Note que os FII´s e ações apesar de serem relativamente líquidos (liquidação física e financeira acontece em 2 dias úteis), não são boas opções devido ao risco de oscilações desses ativos.

Sonhos
Os sonhos (segundo pote) é onde você irá poupar recursos para objetivos de médio e longo prazo. Objetivos como uma viagem, compra da casa própria e a faculdade dos filhos. Em suma, tudo que não for emergência ou aposentadoria será depositado aqui.

No pote dos sonhos todo o tipo de investimento é permitido e recomendado: ações, FII´s, COE´s, fundos multimercados, etc…Apenas atente para o seguinte: se o objetivo for mais de curto prazo como trocar de carro daqui a três meses por exemplo, invista de forma mais conservadora e com liquidez semelhante ao primeiro pote da emergência.

Aposentadoria
O terceiro pote é o da aposentadoria e é composto, basicamente, por dois ativos: a previdência privada e o seguro de vida. Acreditem, são dois dos produtos mais negociados pelos bancos e de longe responsáveis pelo maior número de “caretas” que eu recebo quando entro nesse assunto com meus clientes.

Bom, eu tenho treze anos de mercado financeiro, duas previdências e um seguro de vida, além dos meus investimentos convencionais. Então, acho que vale vocês darem uma chance a vocês mesmos para que conheçam melhor esses dois produtos.

A previdência privada não tem come-cotas (adiantamento semestral de IR), alíquotas de IR reduzidas (regressiva e progressiva) e no caso do PGBL ainda é possível abater da base de cálculo de imposto de renda. Fui breve e superficial aqui, porque tenho 3 artigos falando somente sobre a previdência privada e, logicamente, recomendo a leitura.

E o seguro de vida…
O seguro de vida ou reservas lastreadas, servem para dois casos bem distintos. A sucessão, que falaremos na sequência e a blindagem patrimonial que eu aproveitarei o “gancho” da teoria dos 3 potinhos.

Imagine que você, um médico muito bem sucedido, com uma alta capacidade de poupança, esteja em plena fase produtiva (acumulação). Assim, você trabalha exaustivamente, para compor um patrimônio capaz de manter seu padrão de vida e lhe gerar independência financeira no futuro.

Nesse caso, temos receitas excedentes em relação as despesas o que acaba por resultar na alta capacidade de poupança que eu havia citado no parágrafo acima. Eis que você é acometido por um acidente grave, o que acaba impossibilitando de exercer sua profissão por tempo indeterminado. Como fica o novo fluxo financeiro?

Cessam as receitas, pois era da sua profissão que elas vinham; suas despesas tendem a aumentar, com tratamentos médicos e afins e sua capacidade de poupança vai a zero.

Inclusive, o que se observa em casos semelhantes a esse é que ocorre o fluxo inverso. Para cobrir essa subtração (receitas-despesas) que agora está negativa, precisamos mexer nos recursos poupados no passado.

Concordam comigo que receber recursos financeiros nesse momento seriam super bem vindos? Você poderia utilizá-los para quitar essas despesas extras ou investir junto com os recursos já existentes e aumentar sua renda recorrente. Foi pensando assim, que resolvi contratar meu primeiro seguro de vida…

Porém, dê preferência por seguros de vida no modelo americano, eu conheço e sugiro somente essas três seguradoras:

  • Metlife;
  • Prudential;
  • Mongeral.

Por que contratar?
O primeiro ponto interessante é a flexibilidade da sua contratação. Os valores e drivers (coberturas adicionais) podem ser combinados de diversas maneiras. Eles deverão ser bem analisados e trazidos para a realidade de cada pessoa.

Segundo, no seguro de vida há alavancagem financeira. A partir do momento que você paga a primeira parcela, você já está segurado. Assim, se eu vier a faltar ou for acometido por alguma doença grave, eu já terei direito a todo o benefício.

O terceiro ponto e esse é completamente diferente dos seguros de banco é o congelamento do risco. Ao passar na avaliação de risco da seguradora e ela aceitar te segurar, ela não irá contestar caso ocorra o sinistro.

Há alguns anos visitei essas seguradoras e todas explicaram de forma muito semelhante o congelamento de risco:

“Imagine justamente num momento delicado da vida do segurado ou dos beneficiários, eles ainda terem a preocupação de provar os fatos e brigar na justiça para ter acesso aos benefícios?”.

Um quarto ponto interessante é o seguro ter a opção de ser resgatável (eu optei pelo resgatável), ou seja, o que você paga no seguro é atualizado por inflação mais uma taxa pré-fixada semelhante a uma NTN-b. Não irá render como uma NTN-b, aliás, jamais compare um seguro de vida com investimentos convencionais. Eles são produtos complementares, não concorrentes.

Os seguros de vida não entram em inventário, não há incidência de ITCMD (Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação), não há incidência de IR e são empenhoráveis…

Sucessão Patrimonial
Outra estratégia muita usada com os seguros são relacionadas a “sucessão patrimonial”. Estima-se que os gastos com transmissão do patrimônio para os herdeiros giram em torno de 20% do PL total.

Isso significa que se os herdeiros não dispuserem de recursos necessário, eles não terão acesso ao patrimônio do falecido. Passado determinado prazo, se a questão não for resolvida, poderá haver cobrança de juros e multas.

A conta aqui é bem simples…

Calcule 20% do seu patrimônio e faça um seguro de vida em que seus herdeiros recebam esses valores se você vier a faltar. Com os valores recebidos do seguro, os herdeiros poderão quitar todas as custas da transmissão. Dessa forma, eles terão acesso ao patrimônio, sem grandes problemas.

Então se você quiser aumentar a chances de ter sucesso na sua caminhada como investidor, eu sugiro fortemente que o seguro de vida faça parte do seu portfólio. A sua vida deverá vir sempre na frente da “vida” do seu carro…

O seu maior ativo é a sua máquina de fazer dinheiro, você mesmo!!!

Se considera um investidor conservador? Então você está em risco de extinção!
O cenário econômico virou do avesso e o país já não é mais o mesmo.

As taxas de juros caíram à níveis jamais vistos no Brasil desde o final do governo Militar (imagem abaixo) e levaram os rendimentos de Renda Fixa para próximo de Zero (ou negativos no caso da poupança).

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A nova equipe econômica está incentivando novos investimentos no país, e com isso já não é mais possível ganhar dinheiro confortavelmente na poupança e em CDBs comuns. Por isso, estamos declarando a Extinção do Investidor Conservador.

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