Notícias | 19 de outubro de 2005 | Fonte: Gazeta Mercantil

Seguradoras precisam se preparar

Integrante de um programa mundial de seguro para 90 fábricas espalhadas em 130 países, Valéria Bernasconi, gerente de risco do grupo Rhodia, iniciou sua palestra “A experiência da Rhodia com programas mundiais de seguros” com a seguinte frase: “Sou eu quem paga a conta e gostaria de ver uma indenização ser paga de forma simples e rápida”.

Segundo ela, o prazo médio para pagamento de um sinistro no Brasil é entre 180 e 365 dias, enquanto em outros países onde o grupo atua o prazo gira em torno de 90 dias. “A líder do contrato paga e depois vai cobrar dos outros participantes do contrato. Espero que isso ocorra aqui também. Que a seguradora passe a ser realmente uma seguradora e não apenas um repassador de prêmio”, disse a executiva da Rhodia.

Segundo ela, a expectativa com a proximidade da abertura do mercado de resseguros é que as seguradoras passem a priorizar o sinistro, que é quando o segurado pode provar o produto que comprou. E passou um recado: “Vocês terão de se preparar para a abertura do setor”, disse, referindo-se às seguradoras e corretoras.

Segundo ela, 70% das apólices que recebe são devolvidas por preenchimento errado. Walter Polido, diretor da Munich Re, maior resseguradora do mundo, que proferiu a palestra “As práticas de avaliação de riscos adotadas pelas resseguradoras no mercado internacional” logo após Valéria, começou a sua fala focando a especialização.

“Temos muito a estudar não só em resseguro, como também em seguro pelo relato de Valéria, que expôs as mazelas cometidas por seguradoras e corretoras”, disse.

Segundo ele, os novos competidores do mercado terão que ser flexíveis e entender que o mercado brasileiro precisa de um tempo para se adaptar a nova realidade. “A abertura trará dificuldade não só para as seguradoras, mas também para o ressegurador estrangeiro, que encontra aqui um ambiente tão despreparado. Há muita falta de informação. Quando pedimos detalhes, ainda ouvimos – pegue essas informações no website do segurado”.

Para Polido, tal comportamento é fruto de 66 anos de monopólio e paternalismo do IRB. “Poucas têm departamento de sinistro para grandes riscos. A maioria tem para automóveis, onde estão mais concentradas. Mas num mercado aberto terão de ter bons reguladores de grandes riscos”.

Para Henrique Oliveira, presidente da Swiss Re, a informação é a chave do sucesso de um contrato de longo prazo. “Informação transparente, consistente, atualizada. Ter preço baixo, franquia mínima e ampla cobertura não significa dizer que se conquistou um negócio de sucesso. Bem como o contrário também não é sinônimo de boa negociação. O critério tem de ser justo e equilibrado para todas as partes”, disse.

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