Notícias | 10 de outubro de 2003 | Fonte: Jornal do Commercio

Seguradoras já administram recursos de R$ 59,4 bi

As seguradoras chegaram a agosto administrando ativos da ordem de R$ 59,4 bilhões, 40% a mais do que em igual período de 2002. Os recursos investidos chegaram próximos da R$ 60 bilhões. Foram R$ 59,4 bilhões, na conta das reservas técnicas obrigatórias das atividades de seguros, previdência privada aberta e capitalização, segundo dados compilados pela Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), com base nas estatísticas recém-divulgadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O levantamento da Fenaseg destaca o crescimento de 57,8% das provisões técnicas específicas da atividade de seguros, ao atingirem em agosto último R$ 19,1 bilhões. Tal desempenho é creditado ao avanço das vendas da carteira de vida, com ênfase nos produtos em regime de capitalização, como o seguro de vida resgatável, conhecido pela sigla VGBL.
No segmento da previdência privada aberta, os recursos das reservas chegaram no mesmo período a R$ 32,2 bilhões, apontando crescimento de 35,9%. No setor de títulos de capitalização, o levantamento da Fenaseg contabilizou as reservas no patamar de R$ 8 bilhões. O incremento foi de 21,8%, também comparado com os oito primeiros meses do ano passado.
O seguro de vida continua a ser o destaque do ano, ao captar R$ 6,8 bilhões até agosto, evoluindo 65,3% em relação a igual período do ano passado. Mais da metade da receita teve origem nas vendas dos planos VGBL, que atingiram R$ 3,5 bilhões, 51,5% do total do ramo.
Mesmo afetado pela crise do setor automobilístico, o seguro de veículos conseguiu ostentar crescimento nominal de 6,2%. As seguradoras faturaram no período R$ 5,8 bilhões na comercialização das coberturas de incêndio, colisão, roubo e de danos materiais e pessoais a terceiro.
O desempenho do seguro-saúde não foi diferente dos produtos destinados ao automóvel. Nesse segmento da medicina privada, as seguradoras captaram até agosto R$ 4,4 bilhões, expansão de 6,3% sobre igual período do ano passado. Já o ramo de incêndio, influenciado pelo forte reajuste de preços, faturou R$ 1,8 bilhão, crescimento nominal de expressivos 39,5%.
No mix de negócios das seguradoras, o segmento vida respondeu por 28,7% da receita do mercado nacional até agosto. A participação do seguro de automóvel, incluída a cobertura de responsabilidade civil facultativa, caiu para 24,5% e a participação do ramo saúde ficou em 18,7%.
O consumidor pessoa física continua comandando o crescimento do mercado de planos abertos de aposentadoria no País. Até agosto, os produtos individuais responderam por 75% da carteira de investimentos das empresas: R$ 31,5 bilhões do total de R$ 42 bilhões, segundo dados da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp), que incluem também os números do VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).
Apesar de representarem 22% dos investimentos, com R$ 9,2 bilhões, os planos empresariais, segundo o presidente da Anapp, Osvaldo do Nascimento, entraram em ritmo de crescimento este ano. Os produtos para menores de idade, por sua vez, ficaram com parcela de 3%, ou patrimônio de R$ 1,3 bilhão. A expansão da carteira de investimento foi de 52,1%, frente a agosto de 2002.
O faturamento do setor nos oito primeiros meses do ano cresceu 64,6% em relação a igual período do ano passado. Pesquisa da Anapp mostra que os planos VGBL já respondem por 40% do faturamento: R$ 3,5 bilhões do total de R$ 8,7 bilhões. O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), tem 31% e os planos tradicionais, 29%. Em janeiro deste ano, detinham 42% do total.
O estudo revela ainda que, mesmo sem VGBL, a receita nominal do setor nesse período de oito meses, embora caindo para R$ 5,2 bilhões, equivaleu à quase totalidade da arrecadada em 2000 (R$ 5,3 bilhões) e ficou 28% abaixo da captada em 2002 (R$ 7,2 bilhões). As reservas técnicas, por sua vez, chegaram a agosto na casa de R$ 38,4 bilhões: alta de 55,4% sobre o montante contabilizado em igual mês de 2002.
A Bradesco permaneceu na liderança absoluta do setor no acumulado até agosto, com 38% (R$ 3,3 bilhões) do faturamento total (todos os planos), seguida pela Itaú, 15% (R$ 1,3 bilhão). Na terceira posição veio a Brasilprev, com 10% (R$ 900 milhões), praticamente empatada com a Unibanco AIG, também com 10% (R$ 886 milhões). A quinta posição foi da Caixa, com 5%.

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