Notícias | 27 de agosto de 2019 | Fonte: Valor via Fenacor

Seguradoras consolidam ganhos operacionais

O Valor Econômico relata que a indústria de seguros nem parece a mesma de dois anos atrás. As companhias passaram todo o ano de 2017 e boa parte de 2018 sob forte desconfiança de analistas e investidores. O mercado alimentava, na ocasião, dúvidas sobre a capacidade de o setor virar o jogo da rentabilidade após dois anos de queda das receitas financeiras, impactadas pelo ciclo que levou a taxa Selic para a mínima histórica.

A partir do segundo semestre de 2018, com o juro básico já consolidado no patamar de 6,5% ao ano — no qual permaneceu por 15 meses —, o quadro mudou totalmente. Desse momento em diante, as seguradoras apresentaram forte crescimento dos resultados operacionais, que compensaram com sobras a redução das receitas financeiras.

No segundo trimestre deste ano, o resultado operacional consolidado das seguradoras Porto Seguro, SulAmérica e BB Seguridade e do ressegurador IRB Brasil Re, todos listados na B3, mais o da Bradesco Seguros, atingiu o maior valor trimestral absoluto desde, pelo menos, 2015. O grupo somou a cifra inédita de R$ 5 bilhões, alta de 7% em relação ao mesmo intervalo de 2018, que já havia registrado avanço de 39%.

Na comparação anual, os resultados operacionais das principais companhias de seguros passaram a avançar continuamente desde a segunda metade de 2017, ou seja, sobem faz oito trimestres consecutivos. Já os resultados financeiros, com o ciclo de afrouxamento monetário promovido pelo Banco Central a partir de agosto de 2016, passaram a decrescer. Essa linha recua há dez trimestres consecutivos, na comparação anual.

No período em que a taxa básica se estabilizou na máxima recente de 14,25% ao ano — entre julho de 2015 a agosto de 2016 —, as companhias nadaram de braçadas nos retornos das aplicações. Em 2016, o resultado financeiro ficou 45% acima do operacional para o grupo de cinco companhias. O pico dessa diferença ocorreu no segundo trimestre de 2016 quando o retorno líquido com as aplicações do grupo atingiu R$ 4,6 bilhões ante R$ 2,3 bilhões do resultado operacional, ou seja, o dobro.

Neste ano, a situação é a inversa. Nos primeiros trimestres de 2019, a linha operacional mantêm-se consistentemente mais que o dobro da financeira no conjunto das cinco seguradoras.

Com isso, rapidamente, a desconfiança se tornou otimismo em relação ao setor. Tanto que todas as companhias listadas apresentam valorização na B3 em agosto ainda que o BC tenha iniciado um novo ciclo de queda da Selic no fim do mês passado, quando reduziu a taxa em 0,5 ponto percentual para nova mínima a 6% ao ano.

A SulAmérica puxa a lista com alta de 67,72% até dia 26. A Porto Seguro aparece em seguida com 5,59% de ganho acumulado. IRB tem retorno de 3,91% no período, enquanto BB Seguridade sobe 0,98 %.

A visão positiva se apoia, principalmente, na consolidação dos resultados operacionais, que sinalizam disciplina de custos e de alocação de capital, mas também ganho de rentabilidade nas operações e melhora dos índices de sinistralidade. O cenário macroeconômico, com perspectiva de retomada da economia, também ajuda a aumentar o entusiasmo sobre o segmento da bolsa.

Ganhos operacionais também decorrem da mudança de estratégia, com as seguradoras privilegiando os segmentos em que têm mais eficiência e diferencial competitivo.

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