O expressivo aumento do interesse da sociedade pelos seguros de vida e o novo cenário criado durante a pandemia, quando o mercado passou a pagar indenizações por mortes causadas pela Covid-19, mesmo quando a cobertura não era prevista nas condições contratuais, levaram as seguradoras a alterar alguns critérios para a aceitação do risco, como indica reportagem publicada no portal Infomoney, de autoria da jornalista Giovanna Sutto. Porto, Prudential e SulAmérica são algumas das companhias que adotaram novas regras.
A Porto estabeleceu uma carência de 90 dias para os contratos novos. Segundo o diretor de Vida e Previdência, Carlos Gondim, a medida visa evitar que “num dia a pessoa teste positivo para Covid e, no outro, feche um seguro”.
Além disso, desde julho do ano passado, a empresa aplica descontos nas contratações de seguro de vida aos clientes com esquema vacinal completo. Neste caso, a intenção foi incentivar a vacinação contra a Covid-19 e atrair mais clientes.
A Prudential adotou medida semelhante. “Também adotamos uma carência de 90 dias para novos clientes. Mas não recusamos sinistros advindos da pandemia”, afirma Fabiano Vidal, diretor de parcerias comerciais da companhia.
Segundo ele, as indenizações somaram R$ 300 milhões entre 2020 e 2021, mas a empresa segue oferecendo a cobertura para Covid-19.
Já a SulAmerica não alterou seu portfólio por causa da Covid-19, nem criou produtos novos. Contudo, a companhia incluiu a cobertura para os casos da doença. “Tivemos também ajustes anuais de preços, como sempre acontece, em 2020 e 2021”, revela o diretor de Vida e Previdência da seguradora, Victor Bernardes, acrescentando que a empresa também segue indenizando clientes na pandemia.
Também entrevistado pelo Infomoney, o diretor da Minuto Seguros, Manes Erlichman, diz que as seguradoras tiveram que pagar um valor bastante significativo ao oferecer cobertura para a pandemia. “Mas estávamos cientes de que esse cenário tinha potencial para vender, por exemplo, mais seguro de vida”, observa o executivo.