Notícias | 9 de janeiro de 2020 | Fonte: CQCS | Sueli Santos

Seguradora projeta que ação pode somar R$ 80 mi/ano em prêmios de seguro

Reportagem do jornal Valor Econômico traz análise da seguradora Austral para o mercado de seguro garantia. Segundo a reportagem a seguradora projeta que a retomada de leilões de infraestrutura deve injetar cerca de R$ 80 milhões em prêmios extras ao ano no mercado de seguro garantia.

Os cálculos da companhia especializada em grandes riscos e coberturas para o setor levam em conta a estimativa de R$ 100 bilhões de investimentos, derivados dos 44 leilões anunciados para 2020.

O diretor de subscrição da seguradora, Rodrigo Campos, disse para o jornal que só com os prêmios diretos de seguro garantia, as concessões vão girar entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões.

O executivo acrescentou que esses prêmios indiretos são aqueles relacionados às coberturas contratadas na execução de obras e projetos. “O percentual pode ser ainda maior, já que a definição do percentual de garantia nas subcontratações poderá modificar diretamente este valor”, afirma.

O especialista explicou que por lei, a empresa vencedora de uma licitação é obrigada a apresentar caução em dinheiro, fiança bancária ou o seguro garantia para a execução do contrato.

“Mas 85% desse volume vem da garantia judicial”, diz Campos. “Com os leilões de infraestrutura, esse perfil deve mudar e as coberturas de obras vão passar a ganhar cada vez mais peso”, afirmou.

“Nos antigos leilões, quando as construtoras envolvidas na investigação da Lava-Jato dominavam o mercado, as companhias montavam braços de investimento para arrematar as concessões e as obras eram feitas pelo próprio grupo”, explica Campos.

Ele diz que nas novas licitações a dinâmica é outra já que conta com a participação de consórcios de fato e de investidores estratégicos”. Conforme Campos, grupos estrangeiros e firmas de private equity passaram a protagonizar os últimos certames.

Segundo o diretor da Austral, as garantias diretas de licitação e de performance, que são relacionadas ao contrato, vão adicionar, em estimativa conservadora, cerca de R$ 20 milhões anuais ao mercado.

Campos considera haver uma necessidade já mapeada de cerca de R$ 300 bilhões ou mais de investimentos em infraestrutura. “Tem um gap no Brasil muito grande de obras públicas, que se forem executadas vão manter o ritmo de crescimento do mercado de garantia por vários anos.”

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