Notícias | 21 de setembro de 2005 | Fonte: Valor Econômico

Seguradora Brasileira Rural avança no mercado nacional

Com uma postura prudente, foco em rentabilidade e sócios financeiramente fortes, a Seguradora Brasileira Rural já desponta como uma das principais empresas do país nos segmentos de seguro agrícola e animal e aposta no aprofundamento de suas estratégias de parcerias para manter o ritmo de avanço nesta safra 2005/06.

Criada em 2003 e controlada pela holding SBF Participações – cujos acionistas são as multinacionais Swiss Re (participação de 45%) e Enhance Financial Service, do Radian Group (45%), além da Rio Bravo Securitizadora (10%) -, a Brasileira Rural registrou prêmios totais da ordem de R$ 13 milhões na safra 2004/05, e para a temporada que se inicia tem por objetivo chegar a R$ 20 milhões, conforme seu presidente, Luiz Roberto Paes Foz.

A receita para isso continuará a mesma, mas, segundo fontes do setor, a meta é viável principalmente em virtude da saída da estatal paulista Cosesp do segmento nesta safra, da subvenção federal ao prêmio do seguro rural (foram reservados R$ 45 milhões para 2005/06) e do avanço de programas estaduais semelhantes, principalmente o de São Paulo (R$ 29 milhões para este ciclo).

Conforme a companhia, em 2004 sua participação de mercado na área agrícola alcançou 25%, enquanto a fatia na área animal ficou em 62%. Vale lembrar, contudo, que se trata de um mercado ainda incipiente no país, que movimentou US$ 12 milhões em prêmios no total no ano passado e cobriu menos de 1% da produção nacional. Na Argentina, os prêmios de seguro rural somaram US$ 100 milhões em 2004, enquanto na Espanha o montante alcançou ? 550 milhões. Nos EUA, onde o seguro rural cobre 77% da produção, segundo Foz, foram cerca de US$ 3 bilhões.

“Os demais países, exceto a Argentina, têm subvenção ao prêmio e também para as despesas administrativas das seguradoras, uma vez que o trabalho delas fornece informações aos governos e é indutor de tecnologia. Para ser rentável, uma seguradora tem de garantir apenas a produção realizada em solo certo, com semente e época de plantio corretas e tecnologia apropriada”, afirma Foz.

A Seguradora Brasileira Rural, hoje com 26 funcionários – sendo seis veterinários e cinco agrônomos – atua nos ramos agrícola, animal, florestal, aqüícola, de benfeitorias e de produtos agropecuários, e não planeja diversificação significativa para 2005/06. Mas Foz ressalta que a empresa voltará a oferecer cobertura para milho safrinha, que pelo risco elevado normalmente é evitado pelas companhias do setor. “O grande desafio é a administração de risco em uma mesma cultura. O ideal é oferecer a cobertura em regiões diferentes, mas mesmo no Brasil, que tem grande diversidade, não é fácil”.

Sobre os novos planos do governo federal para o setor, Foz defende a criação de um fundo que garanta ressarcimento no caso de perdas causadas por catástrofes e é contra o fundo de estabilidade existente, criado para ajudar a saúde financeira das empresas mas nem sempre com os recursos orçados disponíveis. Quanto às parcerias, Foz acredita que convênios com cooperativas podem ser ampliados e que o estreitamento dos laços com bancos e revendas de insumos e de máquinas, por exemplo, rendem informações que ajudam a diluir o risco.

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