Segurador prevê receita de R$ 50 bi e expansão de 17%

Apesar do desaquecimento da a economia, as seguradoras estão confiantes e acreditam que o faturamento do mercado de seguros, ao lado dos planos de previdência privada aberta e dos títulos de capitalização, ficará em torno de R$ 50 bilhões no fechamento do ano, cerca de 17,5% a mais do que em 2002, segundo calcula o presidente do Sindicato das Seguradoras do Rio de Janeiro, Oswaldo Mário de Azevedo.
Citando dados compilados pela Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg), que incluem o ramo saúde, Oswaldo Mário diz que a expansão dos segmentos de seguros, previdência e capitalização chegou a 22,3% até maio, com receita de R$ 19,9 bilhões.
Ele assinala que os números da Fenaseg, relativos aos cinco primeiros meses do ano, indicam que as vendas de planos de aposentadoria, que subiram 27,6%, captaram R$ 3,5 bilhões e a comercialização de títulos de capitalização outros R$ 2,3 bilhões, com alta de 15,8%.
Já na atividade de seguros, Oswaldo Mário revela que as seguradoras faturaram R$ 14,1 bilhões, com crescimento de 22,2%. Ele chama a atenção para as operações do ramo vida, cuja expansão até maio foi de nada menos que 70,3%, ao captar R$ 3,7 bilhões, e da carteira de incêndio, com alta de 47,6%. O incremento do seguro-saúde,
por sua vez, foi de 4,5% e do automóvel, 5,9%.
O desempenho da atividade de seguros, segundo ele, está, portanto, recebendo forte influência do ramo vida, mais precisamente dos produtos resgatáveis. Sem o VGBL, o crescimento do mercado teria ficado em torno de 7,8%a até maio.
Oswaldo Mário reconhece que o comportamento do seguro de incêndio, como o chamado ramo patrimonial, tem pouco haver com novos investimentos no parque industrial, o que não está ocorrendo.
O crescimento verificado até aqui, segundo ele, é devido à subida de preços das coberturas, determinada pelo mercado de resseguro, processo desencadeado pelos atentados terroristas nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.
O VGBL é o produto, para ele, que sustentará o crescimento do mercado, oferecendo as condições para fechar o ano com receita ao redor de R$ 50 bilhões.
No campo das provisões técnicas, ele revela que os setores de seguros, previdência e capitalização chegaram a maio com recursos da ordem de R$ 55,8 bilhões, crescendo 39% sobre igual período de 2002. Só no segmento de seguros a alta foi de 55,6%.
No resseguro, faturamento cresce 49,9%
O IRB Brasil Re chegou a maio com lucro líquido acumulado da ordem de R$ 62,4 milhões, 59,5% abaixo do resultado contabilizado até o quinto mês de 2002. Segundo dados divulgados pela resseguradora, o faturamento no período atingiu R$ 1,2 bilhão, registrando crescimento nominal de 49,9%.
Pelo critério de prêmios ganhos, que deduz principalmente a compra de cobertura de riscos brasileiros no exterior, a receita da empresa caiu para R$ 526,2 milhões no agregado até maio, 43,9% da captação total. De qualquer forma, foi 39,8% superior ao valor computado nos cinco primeiros meses de 2002.
As estatísticas divulgadas pela estatal indicam que o patrimônio líquido ficou no patamar de R$ 1,1 bilhão, com acréscimo de 8,2% em relação a maio do ano passado. Os ativos totais tiveram uma variação positiva de 14% entre os dois períodos comparados, chegando a R$ 3,5 bilhões ao final do quinto mês do atual exercício.
Ainda em maio, as provisões técnicas do IRB somavam cerca de R$ 1,7 bilhão, 24,6% a mais do que em maio de 2002. Já as provisões econômico-financeiras tiveram aumento de apenas 2,8%, chegando a R$ 821,3 milhões.
No campo da sinistralidade, a resseguradora recebeu comunicados de sinistros da ordem de R$ 204,8 milhões até maio, cifra 13% menor do que a notificada em igual época de 2002. O total de indenizações pagas no período ficou em R$ 219,5 milhões, situando-se 19,2% acima da quantia paga nos cinco primeiros meses do ano passado.