Notícias | 24 de julho de 2020 | Fonte: CQCS Innovation

Segundo encontro do CQCS Innovation Latam mostrou que Pandemia mudará o mercado de seguro saúde

A pandemia do coronavirus provocará muitas mudanças, algumas positivas, outras nem tanto, no mercado de seguro saúde, particularmente na América Latina. Em síntese, essa foi a avaliação consensual apresentada pelos convidados da segunda edição do “CQCS Innovation Latam”. O evento que contou com mais de 1.500 inscritos, foi um sucesso de público e conteúdo. Mediado por Gustavo Doria Filho, fundador do CQCS, teve como tema central “O impacto da pandemia no mercado de seguro saúde” e contou com as participações de Lior Baruch, executivo que atua no setor de seguros, administrando redes de assistência médica na América Latina e Caribe; Flavio Bitter, diretor gerente da Bradesco Saúde; e Victor Navarro, presidente da Global Excel Latin America. Nesta edição, a “Insurtech of the month” foi a Player’s Health, representada por seu CEO e fundador, Tyrre Burks.

Lior Baruch fez um alerta importante sobre a possibilidade de aumento de custos para as empresas quando a pandemia acabar. “Muitas companhias viram o volume de sinistro cair muito em razão do menor número dos procedimentos eletivos. Quando voltarmos ao normal, poderá haver um acúmulo e as empresas precisarão estar preparadas para suportar o custo que virá”, aconselhou, acrescentando que o setor também será afetado pelo fato de os procedimentos relativos ao covid “não serem rentáveis”.

Para ele, a expansão da telemedicina será um legado importante e positivo da pandemia. Outro é o home office. “Trabalhar de casa foi bom e trouxe grande impacto”, comentou.

Segundo Baruch, há problemas tanto na América Latina, aonde a pandemia não vem sendo “bem administrada” em alguns países, incluindo o Brasil, quanto nos Estados Unidos, país em que a saúde é tão cara que 15% dos norte-americanos não conseguem ter acesso a um plano de saúde. “O Brasil continua a meter os pés pelas mãos, parece que país não está diante de uma pandemia, mas de um pandemônio. A ciência tem dois lados, o país não tem ministro de saúde, chegou a adotar medidas interessantes, como os hospitais de campanha, mas está patinando no momento”, advertiu.

Para ele, a situação é ruim também no Peru, em razão da pobreza, que obriga as pessoas, que não têm geladeira, a saírem todos os dias de casa para comprar comida, ficando expostas ao vírus; e no Chile, que tem alto índice de desenvolvimento, mas enfrenta dificuldades que foram expostas pela pandemia. “É um dos países mais desiguais, começaram a lidar bem quando a pandemia atingia apenas a elite. Mas, a elite tem cozinheiros, empregados e quando atingiu menor renda, houve explosão de casos”, lamentou Baruch.

Por outro lado, ele elogiou os “casos bem sucedidos”, como o Uruguai, que teve quarentena obrigatória e políticas adequadas, e o Paraguai, com “alto índice de pobreza, mas com medidas de saúde pública que fizeram efeito”.

BRADESCO – Já Flávio Bitter apresentou alguns dados relevantes sobre como a Bradesco Saúde, que tem, atualmente, 3,6 milhões de beneficiários e 47 mil prestadores na rede de referência, com market share de 12,1% no mercado, vem enfrentando a pandemia. “Tivemos 15 mil internações por coronavírus dos nossos usuários. Em certo momento achamos que não seríamos capazes de fornecer acesso a todos os nossos clientes. Mas, com as medidas de isolamento, não houve colapso. A gente teve cenário positivo, o uso de máscaras e o isolamento. Com isso, as curvas de transmissão caíram”, observou.

Bitter destacou ainda que o setor privado fez, no Brasil, um trabalho clínico melhor que países como Espanha e Itália, registrando menos dias de internação no hospital e menor necessidade de ocupação de leitos de UTIs.

Ele frisou também que o coronavírus está sendo responsável “pela transformação digital nas empresas” com a explosão dos acessos aos sites das empresas por pessoas em busca de informações e, principalmente, da telemedicina.

Além disso, os pedidos de reembolso por meio digital, que representavam apenas 21% do total de registros feitos em janeiro, já chegam a 87% das solicitações.

O executivo da Bradesco apresentou uma visão otimista para o futuro, especialmente no cotidiano das pessoas, que se acostumaram a trabalhar em home office e vão querer manter uma qualidade de vida melhor, fugindo dos engarrafamentos diários. “Isso vai ser o normal”, sentenciou.

Contudo, ele ressalvou que a economia enfrentará a recessão, que trará maior aversão ao risco e aumentará a necessidade de priorizar gastos de forma mais inteligente e eficiente. “Mas, na saúde, a memória da pandemia vai mostrar a relevância de ter um seguro”, afirmou.

Outro ponto importante apontado por Bitter diz respeito à mudança no comportamento que estão relutando em buscar atendimento nos hospitais. “Quando voltarmos ao normal, as pessoas verão o quanto é valiosos e importante ter atendimento em outros locais, com um médico assistente. As plataformas de telemedicina serão um ambiente de segurança para médica analisar o paciente”, projetou.

GLOBAL – Por sua vez, Victor Navarro enfatizou a importância de fóruns como o“CQCS Innovation Latam” para que se possa discutir com especialistas as questões realmente relevantes. “Precisamos trabalhar juntos na região. O momento de crise é também de reflexão sobre o que estamos fazendo de melhor para cliente, acionistas, funcionários e como devemos nos preparar para o futuro”, observou.

Ele destacou a atuação das empresas de saúde no atendimento às pessoas durante a pandemia. “No começo, havia preocupação de as empresas de saúde não cobrir a covid, após a OMS declarar o estado de pandemia. Isso seria uma quebra de confiança com o cliente. Mas, ocorreu o oposto. As empresas de saúde se apresentaram na frente de batalha, mesmo o covid não sendo rentável para o setor privado, o que obriga as empresas a, além de prestar serviços necessários, ter que buscar a renda”, enfatizou.

Ele apontou também para os problemas que podem surgir em decorrência da redução dos procedimentos eletivos Na avaliação de Navarro, ainda não é possível saber se haverá um acúmulo de procedimentos, até porque as pessoas demonstram que querem ir ao hospital. “Não sabemos como será o impacto. Então, é preciso ter dinheiro para cobrir tudo quando voltarmos ao normal”, aconselhou.

“Insurtech of the month” – Na apresentação da Player’s Health, como “Insurtech of the month”, Tyrre Burks revelou que a pandemia afetou todo o setor de esportes, o que obrigou sua empresa a redobrar os esforços para criar um ambiente mais seguro possível para os atletas, além do apoio a várias organizações esportivas.

Como atleta que teve que abandonar o futebol americano após uma lesão, ele destacou a importância das políticas e protocolos seguidos por essas organizações, inclusive na análise de riscos e na política de seguros, visando a evitar riscos futuros. “O foco deles está no desempenho e proteção do atleta. Com a retomada dos jogos, o mais importante é trazer de volta atletas de maneira segura. A prevenção é um desafio e nossa plataforma ajuda no gerenciamento”, afirmou.

Nesse contexto, Burks revelou que está sendo feito o rastreamento para verificar quais atletas tiveram contato com covid e se tem sintomas. “A gente trabalha com a prevenção de lesão e eu tive lesão que acabou com minha carreira. Seguimos um protocolo, temos um sistema para classificar as principais lesões e análises em um aplicativo robusto. Contamos ainda com investigadores que investigam denúncias. Para garantir que treinadores ofereçam a melhor experiência para os atletas, rastreamos suas credenciais e antecedentes criminais”, explicou.

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