Notícias | 28 de novembro de 2005 | Fonte: Valor Econômico

Rio Bravo vende sua parte na seguradora UBF

Raquel Balarin De São Paulo

Garcia de Souza: empresa aposta em título lastreado no agronegócio

A Rio Bravo, empresa de serviços financeiros que tem entre seus sócios o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, acaba de se desfazer de sua participação na seguradora UBF, especializada em seguro-garantia e agrícola. As ações foram vendidas, em forma de financiamento, aos dois sócios controladores da UBF, a resseguradora suíça Swiss Re e a americana Radian. Ambas já tinham 45% de participação na UBF.

Luís Cláudio Garcia de Souza, sócio-diretor da Rio Bravo, diz que a participação de 10% tinha pouca relevância para a empresa de serviços financeiros, ao mesmo tempo em que a Rio Bravo era um sócio de pouca relevância para os dois controladores da UBF.

“Além disso, resolvemos um potencial conflito de interesses”, explica. Segundo ele, em várias ocasiões resseguradores perguntaram qual seria a atitude da Rio Bravo se um empreendimento imobiliário que dá origem a recebíveis securitizados pela empresa tivesse um problema qualquer que justificasse acionar o seguro da UBF. “Como também éramos, em parte, donos da UBF, surgia a dúvida: se defenderíamos o investidor ou a seguradora”, diz Garcia de Souza, que sempre explicava que a participação na seguradora era pequena e que o compromisso era com o investidor. Fundador da UBF, ele ressaltou que a Rio Bravo continuará a ser um de seus grandes clientes.

A UBF é líder no ramo de seguro-garantia, com 30% de participação nesse mercado, e a terceira em seguro agrícola por meio de sua sua subsidiária Seguradora Brasileira Rural (SBR). Para este ano, a expectativa da seguradora era atingir um volume de prêmios consolidado de R$ 90,5 milhões, cerca de 5% superior ao do ano passado.

A Rio Bravo pretende utilizar os cerca de US$ 1 milhão obtidos com a venda das ações na UBF para reforçar a capitalização de sua securitizadora agrícola, uma de suas grandes apostas. O objetivo é utilizar recebíveis do agronegócio para lastrear operações financeiras, a exemplo do que ocorreu nos últimos anos com o setor imobiliário.

Segunda maior empresa brasileira de securitização imobiliária, a Rio Bravo ganhou dois sócios de peso este ano: os braços financeiros da General Motors (GMAC) e do Banco Mundial (IFC), que adquiriram 40% do capital da empresa. O IFC já era sócio de outra securitizadora brasileira, a Cibrasec.

Até meados deste ano, a Rio Bravo era também sócia da administradora de recursos Fidúcia. A participação de 8% foi vendida para o economista Paulo Guedes.

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