Notícias | 2 de abril de 2004 | Fonte: Gazeta Mercantil

Resgate do PGBL e VGBL cresceram 63%

Os resgates dos fundos de previdência aumentaram no ano passado. Saíram do Plano Gerador de Benefícios Livre (PGBL) e do Vida Gerador de Benefícios Livre (VGBL) R$1,88 bilhão, 63% mais que o montante resgatado em 2002, de R$1,115 bilhão, de acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

O Aumento dos resgates já era esperado, devido à queda do nível de emprego no País. E poderiam até ter tomado maior vulto.Segundo Osvaldo do Nascimento, presidente da Associação Nacional das Previdência Privada (Anapp) e diretor da Itaú Vida e Previdência (Itauprev), “foi surpreendente diante do desemprego, que os saques da previdência não tenham sido maiores”.

A relação resgate versus entrada de novas receitas mostra que,2003 foi um ano bom para a previdência aberta.Em 2002, os resgates haviam representado 3,92% das reservas das carteiras de investimentos dos fundos PGBL e VGBL (R$29 bilhões). No ano passado significaram 4,2% das reservas (R$48 bilhões), conforme Nascimento. Portanto, em relação às reservas, o crescimento dos resgates foi apenas 7,7% em 2003, ressalta.

Os planos empresariais foram os que mais perderam, devido as demissões provocadas pelo clima de recessão econômica de2003, na avaliação do presidente da Bradesco Vida e Previdência, Marco Antônio Rossi.

As seguradoras líderes de receitas em planos de previdência, porém, conseguiram andar na contramão do setor. Embora o valor registrado por seus resgates tenham crescido em 2003, a performance que registraram na relação resgate/receita melhorou em 2002.

Bradesco, campeã de receitas de previdência do ano passado, também liderou o ranking de resgates em valores absolutos. Mas os saques nos fundos PGBL e VGBL da seguradora (R$ 395 milhões) representaram 6,9 % das receitas (R$ 5,6 bilhões). Em 2002, os saques ( R$ 363 milhões) haviam sido de 8,6% das receitas, que foram de R$ 4,2 bilhões.

Segundo Rossi, essa performance foi fruto de uma política agressiva de retenção de clientes, praticada pela seguradora no ano passado. ” Desenvolvemos forte trabalho de conscientização de vendas, enfatizando o caráter de longo prazo da aplicação e a importância para o cidadão de fazer uma previdência privada.”

Segundo lugar no ranking de saques ficou com a Itaprev, que também conseguiu melhorar sua performance receita/resgate. O volume de saques da Itaprev (R$170,4 milhões) foi 7% das suas receitas (R$2,43 milhões).Em 2002, os resgates (R$131,7 milhões) haviam representado 11% das receitas (R$1,2 bilhão), de acordo com os dados da Susep e da Anapp.

A Unibanco AIG Previdência registrou resgates (R$ 158 milhões) que representam 12,8% das receitas (R$1,2bilhão).Em 2002, teve saques de R$138,6 milhões, 20% das receitas (R$666,5 milhões). Para o diretor da Unibanco, Hosannah dos Santos, embora as reservas tenham crescido, “infelizmente” o resgate ainda é elevado para aplicações em fundos de previdência”. As pessoas não têm cultura de longo prazo. E por qualquer necessidade acabam resgatando”, afirma.

O diretor da Unibanco acredita, porém que a tendência de aumento no nível de conscientização contribuirá para reduzir os resgates. A recuperação da economia também será importante para a que o volume de resgates caia, acrescenta o presidente da Anapp.

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