Notícias | 3 de outubro de 2019 | Fonte: Estadão

Quadro preocupante

Female doctor holding application form while consulting patient

A situação da saúde pública brasileira é tal que, mesmo que todos com algum grau de consciência social se preocupem mais com o tema, ainda não é o suficiente para mudar a realidade do momento…

Com mais de dez mil casos em análise e três mil confirmados, o sarampo faz a primeira vítima fatal em São Paulo. É um dado assustador. O sarampo estava erradicado do solo brasileiro há vinte anos. Retornou e entrou com tudo, sem pedir licença, se espalhando rapidamente, ao que parece saindo de Roraima, onde chegou trazido por refugiados venezuelanos, para tomar todo o território nacional.

Se o sarampo fosse a única ameaça à saúde da população já seria ruim, mas bem menos ruim do que se vê hoje no país. O Brasil tem uma situação inaceitável no que diz respeito a várias doenças que deveriam estar erradicadas ou controladas, mas que correm soltas, atingindo ricos e pobres, indistintamente, de norte a sul. Entre elas, é vergonhosa a situação da hanseníase – estamos entre os países piores colocados no seu combate. Também a malária, esquecida nos últimos tempos, continua cobrando sua cota de vítimas todos os anos.

A gripe, com vacinação e tudo, cresce continuadamente, enquanto o aedes aegypti se encarrega de disseminar a dengue, a zika, a chicungunha e a febre amarela com a sem cerimônia dos que sabem que têm o cenário ideal para proliferar e espalhar a peste e a morte, numa imagem apocalíptica.

Este quadro lamentável não é culpa do atual governo. Não tem o menor cabimento colocar num governo que tomou posse há menos de seis meses a culpa pelos desmandos praticados com a saúde pública, pelo menos desde que o PSDB ocupou a Presidência da República e criou a famigerada CPMF para salvar a saúde, mas, mostrando sua real preocupação com o povo, nunca destinou um centavo do imposto para melhorar as condições médico-hospitalares nacionais.

O problema é que o quadro lamentável cobra um preço altíssimo em vidas e em recursos, que devem ser destinados para impedir que a deterioração se agrave. Como se não bastasse, a população relaxou e, por uma razão ou outra, não se vacina nos patamares mínimos exigidos para impedir a propagação das epidemias.

Assim, doenças erradicas estão voltando e epidemias que já estavam aí vão se agravando, como acontece com a dengue que, ano após ano, bate recordes e atinge um número inacreditável de pessoas.

Os números somados das diferentes epidemias e endemias chegam na casa dos milhões de vítimas. Não é pouco e nos coloca numa posição vergonhosa diante de nações no mesmo grau de desenvolvimento e riqueza.

Os governantes acordaram para a situação e campanhas de vacinação vão sendo realizadas na velocidade possível, mas sempre com resultados aquém dos mínimos necessários, porque a população não se vacina até descobrir que pode morrer. Então, milhares de pessoas correm atrás da imunização e, para garantir que não pegarão a doença do momento, tomam mais de uma dose de vacina, comprometendo o estoque existente e o sucesso da campanha.

Também há casos em que os estoques são insuficientes e as pessoas que buscam, regularmente, serem vacinadas, chegam nos postos de saúde e dão com o nariz na porta, porque não tem mais vacina para ser aplicada “desde ontem de manhã”.

O que este cenário dramático tem a ver com seguros? Tudo. Seguro existe para proteger a população e algumas das apólices mais comercializadas servem exatamente para fazer frente aos custos decorrentes da doença, da morte, da invalidez e das despesas médico-hospitalares.

Doenças significam custos diretos para os planos de saúde privados, mas vão além e interferem na capacidade de produção das empresas, na velocidade da economia, no dia a dia das pessoas.

Morte e invalidez aumentam o déficit da previdência social e impactam as apólices de seguros de vida e invalidez por doença. Como se não bastasse, mais importante do que tudo, muitas vezes levam os arrimos das famílias, comprometendo o futuro das pessoas que dependiam deles.

Finalmente, o aumento das despesas médico-hospitalares, além de atingirem a capacidade de atendimento do SUS, encarecem os planos privados, porque o aumento dos casos atendidos impacta os custos das operadoras, que não têm outro remédio senão repassá-los para seus segurados.

Diante do quadro acima, a única resposta no momento é o aumento da preocupação de todos com algum grau de consciência social. Mas só isso é pouco para mudar a realidade e dar ao brasileiro um padrão de vida mais digno e mais saudável…

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