Notícias | 10 de outubro de 2005 | Fonte: Folha Online

Produção e venda de veículos caem

CLARICE SPITZ

A indústria automobilística encerrou o mês de setembro com uma queda na produção, nas exportações e nas vendas de veículos em relação a agosto.

As vendas, que tinham chegado a aumentar 9,3% no mês de agosto, apresentaram um recuo de 4,8% em setembro. Até a produção recuou, 5,6%, e somou 205,7 mil veículos no mês passado.

Já as exportações de veículos e de máquinas agrícolas, que chegaram a bater a marca histórica de US$ 1,08 bilhão no mês de agosto, apresentaram uma retração de 4,1% em setembro e ficaram em US$ 1,04 bilhão.

Mesmo com as quedas, tanto a produção como as exportações tiveram os melhores resultados da história para os meses de setembro, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

De acordo com o presidente da associação, Rogelio Golfarb, as quedas registradas decorrem do menor número de dias em setembro e não afetam as projeções para o ano -que foram revisadas para cima no mês passado.

No acumulado de janeiro a setembro, houve um aumento de 9,8% no volume de carros comercializados frente a igual período do ano passado.

Nesse período, foram exportados US$ 8,33 bilhões em veículos, um aumento de 38,7% na mesma base de comparação. No ano, foi produzido 1,83 milhão de veículos, o que representa um incremento de 12,6% sobre o mesmo período de 2004.

Competitividade
O presidente da Anfavea afirma que o setor tem sofrido com o dólar barato e com os altos custos das matérias-primas, que põem em xeque a manutenção dos bons resultados obtidos nas exportações neste ano.

`Nossas vantagens competitivas estão diminuindo rapidamente. Se isso não se reflete nos números agora, aponta problemas que vamos ter no futuro`, afirma o executivo.

Golfarb criticou a proposta do Ministério da Fazenda de redução da tarifa consolidada de importação para bens industriais de 35% para 10,5% que está sendo estudada pelo governo na Rodada de Doha, negociação, no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio), para a liberalização do comércio mundial./

`É preciso olhar para a perda de competitividade que estamos tendo. Se não, vamos observar o que acontece com alguns setores que estão pedindo salvaguardas [leia texto à pág. B1]`, afirmou.

Por outro lado, Golfarb elogiou a criação de uma linha de financiamento especial pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financiará até 30% da produção de veículos destinada à exportação.

`Não é uma vantagem suficiente para sustentar as exportações, mas é uma ajuda`, disse.

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