Notícias | 12 de junho de 2020 | Fonte: CNN via Sindseg SP

Previdência pop: para vencer crise, corretoras tentam democratizar modalidade

Corretoras e gestoras querem passar para os seus clientes ao oferecer fundos variados (multimercado, ações) com aportes iniciais ou mensais menores e interface 100% digital

Foi-se o tempo em que previdência privada era um investimento pouco rentável e voltado para uma parte pequena da população. É essa mensagem que corretoras e gestoras querem passar para os seus clientes ao oferecer fundos variados (multimercado, ações) com aportes iniciais ou mensais menores e interface 100% digital, incluindo na realização de portabilidade, conta a CNN Brasil Online.

O objetivo, do ponto de vista do público-alvo, é simples. Alcançar investidores mais jovens que, por conta da Reforma da Previdência, pensam em guardar recursos para o futuro; e os ‘clientes varejo’, aqueles que fazem, por questões de perfil de investidor ou financeiras, aportes menores.

‘É um movimento de democratização da previdência que vem ocorrendo nos últimos tempos. A ordem é baixar o ticket de entrada e disponibilizar fundos para todos os tipos de clientes’, explica Henrique Diniz, diretor de Previdência da Icatu Seguros. ‘A crise aumentou a velocidade desse processo.’

Somam-se ainda outros dois fatores nesta equação. Primeiro, a crise do novo coronavírus, que fez com que a captação líquida da modalidade fosse de R$ 4,6 bilhões entre janeiro e abril deste ano – contra R$ 11,6 bi em 2019 e R$ 13,7 bi em 2018. E depois, a dificuldade do setor de ampliar sua base de clientes.

Dados de abril da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), entidade que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país, mostram que o número de participantes da modalidade permanece estável há anos: 13,3 milhões de pessoas ou 6% da população.

Previdência pop

Diante desse cenário – e a fim de engajar consumidores – agentes do mercado buscam estimular novos investimentos. A Icatu baixou o preço de 75 dos seus 280 fundos até o dia 31 de julho, à procura deste público durante a crise financeira. Fundos varejo passaram a ter investimentos mínimo de R$ 100 mensais ou aportes de R$ 1 mil e os qualificados R$ 500 mensais ou aportes de R$ 5 mil.

Outro exemplo disso, por parte das corretoras, é a Easynvest, que entrou no mercado da previdência em outubro de 2019. A empresa reduziu 80% no valor de entrada de boa parte dos seus planos, passando de R$ 5 mil para R$ 1 mil. Diminuiu ainda, em 66%, o montante mínimo para aportes mensais, baixando de R$ 300 para R$ 100.

Fabio Macedo, diretor comercial da corretora, fala dos objetivos da empreitada. ‘Hoje, mais de 70% dos recursos da previdência privada estão concentrados em fundos de grandes bancos, rendendo menos de 100% do CDI’, diz. ‘Um dos grandes trabalhos é mostrar para investidor que ele já deu um grande passo ao aplicar seu dinheiro, mas agora precisa equalizar seus recursos.’

Trabalhando com essa expectativa, a instituição oferece mais de 25 fundos administrados por 16 gestores. E, ‘para fazer diferente’ dos tais fundos dos grandes bancos, apostam em opções de multimercado que, a depender do grau de risco, estão rendendo até 14,3% ao ano. Permitiu também que os clientes realizem as operações via mobile, o que reforça a ideia de produto desburocratizado.

Como resultado disso, a empresa viu o volume financeiro aplicado na modalidade crescer 65% entre janeiro e junho e o número de clientes do produto saltar 59% no mesmo período. Além disso, mais de 58% das pessoas que investiram nos planos oferecidos na plataforma tem até 40 anos.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, a Guide Investimentos, que oferece mais de 60 fundos de previdência para investidores gerais, também decidiu baixar os preços dos aportes pelo menos até o final de julho. ‘A ideia é oferecer produtos para aqueles clientes que antes só conseguiam ingressar em fundos de renda fixa’, explica Erika Santana, analista de fundos da Guide.

‘Essa redução incentiva uma diversificação da carteira de modo geral. É possível aplicar em uma quantidade maior de fundos com aportes menores, o que pode trazer retornos maiores do que investir em um produto só.’ E por falar em investir em mais papéis com menos recursos, a XP criou o que chama de SuperPrev, aplicando um modelo criado por Luciana Seabra, CEO da casa de análise Spiti.

Trata-se de uma carteira teórica de ativos e gestores diversificados que forma um plano de previdência voltado, como se espera, para o longo prazo. Aqui entram produtos de renda fixa (21%), multimercados (40%), renda variável (31,5%) e investimentos globais (7,5%). O aporte inicial mínimo é de R$ 5 mil.

Roberto Teixeira, sócio e head da XP Seguros, afirma que a empresa vem trabalhando para diversificar a oferta de produtos na modalidade. ‘As mudanças regulatórias permitiram que a gente pudesse ter, nos fundos de previdência, mais exposição para renda variável e multimercados.’

‘Isso faz com que clientes mais jovens busquem o produto e hoje a média de idade das pessoas que contratam o SuperPrev é 42 anos’, explica. ‘A previdência hoje não é um produto específico, é uma solução.’

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