Notícias | 9 de dezembro de 2005 | Fonte: Diário do Comércio

Previdência deve crescer menos

Neide Martingo

A nova legislação tributária para os planos de previdência privada, que estabeleceu regimes diferentes para o pagamento de Imposto de Renda (IR) no resgate das aplicações, foi um divisor de águas do mercado este ano.

A avaliação é do diretor-presidente da Brasilprev Seguros e Previdência, Eduardo Bom Angelo. Segundo ele, a mudança na tabela de pagamento de IR a partir do próximo ano gerou incertezas para o consumidor e o número de resgates nos planos de previdência aumentou nos últimos meses.

A nova lei determina que o cliente opte por uma tabela progressiva ou regressiva de pagamento do imposto até o próximo dia 31.

O executivo informou que até agora 15% do total de clientes da Brasilprev fizeram a escolha. Entre as pessoas que adquiriram um plano de previdência novo, 30% já fizeram a opção ou pela tabela progressiva ou pela regressiva.

Desafios

Bom Angelo disse que o ano de 2005 foi desafiador, principalmente por causa do incentivo do governo ao crédito consignado ? os bancos tiveram que voltar os esforços para a captação de investimentos em Certificados de Depósito Bancário (CDBs), para poderem viabilizar o mecanismo do crédito com desconto em folha.

Além disso, segundo ele, 2005 foi ano de amadurecimento do mercado, que vinha crescendo a taxas anuais de 30%, 40% ao ano. `Dificilmente a previdência vai voltar a crescer de forma tão expressiva quanto nos últimos anos.`

A expectativa de Bom Angelo é de que o setor finalize 2005 `quase zerado`. `Os cálculos otimistas apontam para alta de 1,9% e os pessimistas, para aumento de 0,5%`, informou.[1]

A Brasilprev deve fechar o ano com crescimento de 3,4% na arrecadação.

`A previsão menos otimista pode ser atribuída a fatores como a pouca capacidade de poupança da população e o quase esgotamento de novas oportunidades no segmento de grandes empresas`, disse, destacando que só 30% das grandes corporações que atuam no Brasil ainda não oferecem algum tipo de previdência complementar para os funcionários.

Bom Angelo espera que 2006 seja mais tranqüilo para o setor, que poderá ter crescimento de 10%.

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