Notícias | 24 de setembro de 2020 | Fonte: CQCS

Presidente do IRB diz que desafio, agora, é recuperar credibilidade

O ajuste necessário no balanço já foi realizado, deixamos o passado no passado e o desafio, agora, é recuperar a credibilidade e a imagem do IRB. A afirmação, em tom otimista, mas cauteloso, foi feita pelo presidente do IRB Brasil Re, Antonio Cassio dos Santos, em entrevista ao Valor Econômico, na qual explicou os problemas enfrentados pela resseguradora e as soluções que vêm sendo implementadas. Segundo ele, há boas notícias indicando que o IRB está no caminho certo. “Não perdemos nenhum grande contrato e temos o apoio também dos acionistas, que participaram massivamente de um aumento de capital de R$ 2,3 bilhões” frisa o executivo.
Na entrevista, Santos, que assumiu o comando da empresa no final de março deste ano, confessa que não esperava “um problema tão grande”, mas assegura que está preparado para lidar com a situação. “O lema é sem pressa, mas sem pausa. Foi uma situação complexa porque envolveu muitos assuntos, concentrados num período curto.”, comenta.
 
O presidente do IRB diz ainda que a única exigência feita ao governo para assumir o cargo foi que as autoridades conversassem com os italianos da Generali para pedir sua liberação. “Eu estava já na zona de conforto. Dos meus 20 aos 56 anos, sempre trabalhei para estrangeiros. Vi uma chance de trabalhar numa empresa icônica, brasileira e deixar um legado.”, explica.
 
A missão inicial era recuperar a credibilidade da empresa. O primeiro passo foi apurar as circunstâncias do vazamento, pela antiga diretoria, de uma falsa lista que incluía o Berkshire Hathaway, fundo do megainvestidor americano Warren Buffett, como acionista do IRB.
 
Durante a investigação, foram encontradas mensagens trocadas por ex-dirigentes da resseguradora, indicando que poderia haver problemas também no balanço. “Eu comprei um problema, mas me entregaram um outro, muito maior”, frisa Santos.
 
Através do sistema de controles internos do IRB foi possível constatar que, de fato, havia “algo muito errado”.
 
Ele decidiu, então, realizar uma auditoria mais aprofundada no ressegurador. “Foi uma decisão difícil, pois você nunca sabe como um processo desse termina. O resultado da auditoria poderia expor a empresa e pessoas e naquele momento ninguém tinha ideia da proporção do problema”, explica.
 
A apuração evidenciou que antigos administradores alteraram a lista de acionistas, manipularam o balanço da empresa e se apropriaram indevidamente de recursos do IRB.
 
Foi feita, então, a republicação das demonstrações de 2019, com o necessário ajuste contábil, porque um total de R$ 1,3 bilhão em sinistros não havia sido registrado no balanço.
 
Além disso, o resultado foi enviado ao Ministério Público, que deve avaliar no âmbito criminal; e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na esfera administrativa. Uma assembleia de acionistas do IRB aprovou a abertura de processo contra o ex-presidente e o ex-diretor financeiro.
 
De acordo com o presidente do IRB, o problema foi identificado a tempo de ser resolvido. “Tivemos a felicidade de poder intervir na empresa no momento em que ela mais precisava”, diz Santos.

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