O mercado internacional de resseguro continuará com preços elevados ainda por um bom tempo. A previsão foi feita por especialistas que estiveram reunidos, recentemente, na Alemanha e em Mônaco, para discutirem a crise no setor. Além dos preços altos, os clientes enfrentam dificuldades diante da cada vez mais intensa restrição ao escopo de coberturas e da concentração sem precedentes nas operações de resseguro.
Na verdade, essa questão da concentração preocupa desde o início da década. Em 2001, por exemplo, mais de 60% do volume de prêmios cedidos ao resseguro, da ordem de US$ 144 bilhões, ficaram com apenas 18 grupos resseguradores.
Segundo Roberto Castro, diretor da Previrb, fundo de pensão dos funcionários do IRB Brasil Re, a elevação das taxas no resseguro também vem ocorrendo desde o final dos anos 90. Ele revelou, durante o XIII Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado em Brasília, que, com base em levantamento feito pela Wellington Underwriting, que de 99 até 2002, as maiores variações foram registradas nos riscos de energia e no ramo aeronáutico.
Roberto Castro disse ainda que, diante desse quadro, é possível prever a permanência das condições restritivas para as coberturas e preços do resseguro internacional. Além disso, o especialista defendeu uma “reflexão sobre como o Brasil deve formular o novo marco regulatório para o mercado de seguros e de resseguros”.
Autor: Jorge Clapp