A Porto Seguro Seguros, quinta maior seguradora do Brasil, quer aumentar a sua participação no ramo de seguro fiança locatícia. Hoje ela detém 80% do segmento, que movimenta algo em torno de R$ 30 milhões por ano, sendo a única entre as grandes companhias a operar com a carteira. Com projeções simplificadas, Adilson Neri Pereira, diretor de ramos elementares, tenta mensurar o tamanho do mercado. “Segundo dados do Secovi, há 3 mil locações por mês na capital paulista. Considerando-se que temos 80% do mercado e 55 mil contratos, pouco mais de 10% do setor está amparado por um seguro”, informou.
O objetivo da Porto é ter um crescimento aproximado de até 40% neste ano. Para isso, vai investir R$ 600 mil em anúncios em cadernos de imóveis, em treinamento de corretores de imóveis e no relacionamento com as imobiliárias das regiões Sudeste e Sul e alguns estados do Nordeste. De acordo com ele, o público alvo da seguradora é tanto a pessoa física que precisa alugar um imóvel, o locador que quer garantir a renda mensal e também a imobiliária, que usa o seguro para facilitar a locação e atrair mais clientes.
Quando todas as concorrentes abriram mão do seguro de automóvel, ela apostou. Hoje, além de ser a maior no ramo de veículos, é tida como a mais especializada. O seguro de fiança locatícia da Porto já está há 12 anos no mercado, lançado no ano seguinte à Lei do Inquilinato, que trouxe mais estabilidade ao setor imobiliário. Na época, várias seguradoras entraram no segmento para abandoná-lo em 1996, alvo da crise pós Plano Real, com níveis recordes de inadimplência e de desemprego. Muitas saíram pelo prejuízo da carteira e outras por falta de vocação, pois o ramo requer especialização. “O custo já começa com a pesquisa cadastral. O índice de recusa por problemas de perfil de crédito é de 35%”, disse. A Porto permaneceu. “Com a carteira que temos hoje, com 55 mil contratos, só podemos seguir adiante, com rentabilidade e crescimento da base de clientes”, disse o executivo.
A inadimplência dos inquilinos chega hoje a 13%, segundo cálculos da Porto. “Um em cada treze clientes deixará de pagar o aluguel seja por desemprego, problemas com saúde ou por acúmulo de dívidas”, disse. Os outros concorrentes do seguro fiança locatícia são a caução, de geralmente três aluguéis, e o título de capitalização, que também cobre em média três prestações atrasadas. “O seguro ganha espaço entre os concorrentes porque cobre até 30 prestações ou até o inquilino deixar o imóvel”, informou.
O custo da apólice para a cobertura das prestações custa em torno de meio aluguel por ano, informou a seguradora. Mas, geralmente, os clientes optam pela cobertura integral, que chega a custar um aluguel por ano, e inclui, além das prestações, encargos como IPTU, condomínio, luz, água, gás, danos ao imóvel.