Notícias | 30 de agosto de 2005 | Fonte: CQCS

Por que o preço do seguro de automóveis é tão diferente nas seguradoras? parte 02

SEGUNDO CAPÍTULO: Entendendo as variáveis que compõem o preço do seguro de automóveis

Ontem tivemos a oportunidade de começar a entender como funciona a composição do premio do seguro de automóvel.

Na verdade uma simples interpretação que a seguradora tem de apenas uma das apresentadas ontem pode mudar completamente o premio do seguro.

Portanto, para melhor entendimento deste tema precisamos nos aprofundar um pouco mais em cada uma das variáveis citadas no artigo anterior:

Ano, Marca e Modelo – Por mais incrível que pareça, tanto o ano de fabricação do veículo, quando a marca e o modelo do veículo, ora objetos de cálculo do prêmio do seguro, constituem enorme fonte de variáveis de preço, isto porque cada veículo em função do ano de fabricação, de sua marca e modelo, apresenta comportamentos diferentes, geralmente percebidos pelas seguradoras em função da severidade (valor da perda) e freqüência (quantidade de vezes que um determinado tipo de sinistro ocorre).

Tabela de Referência – Esta tabela foi instituída com a finalidade de ser um “balizador” ao qual o segurado tem acesso. Assim, quando for contratar um Seguro de Automóveis (casco) terá a opção de escolha pelo valor mais próximo possível de quanto valeria seu bem em caso da necessidade de reposição por conta de um sinsitro.

Cabe registrar que a Tabela de Referência foi instituída a partir do que determina a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP, e apura o valor médio de mercado dos veículos (nacionais e importados), sendo gerada com base em pesquisas realizadas em todo país.

Portanto, se a seguradora “A” utiliza uma tabela, e a seguradora “B” outra como referência para cálculo do prêmio do seguro de automóveis, teremos prêmios diferentes para serem apresentados ao segurado.

Região de Circulação/Tarifação – Os veículos que circulam em cidades de grande concentração demográfica estão mais propícios a determinados riscos do que aqueles que circulam em cidades pequenas ou de menor concentração demográfica – seja em razão do maior risco de colisão ou da maior possibilidade de roubo ou furto.

Esse fato levou as seguradoras a estabelecerem taxas diferenciadas para os veículos mais sujeitos a influências regionais, buscando assim uma justiça tarifária.

Fator de Ajuste – É o coeficiente percentual aplicado ao Valor de Mercado Referenciado – para cima ou para baixo – (conforme determina a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP), sobre a tabela referencial, estipulada pelo segurado, dentro dos limites aceitos pela seguradora. O percentual escolhido, e descrito dentro do respectivo campo da apólice, deve considerar os opcionais existentes, o estado de conservação do veículo segurado e as diferenças regionais. Assim, o fator de ajuste pode “corrigir” eventuais diferenças constatadas, para cima ou para baixo, entre o valor real do carro no estado em que se encontra e a Tabela de Referência escolhida pelo cliente, no momento de contratação do seguro.

Esta variação do Fator de Ajuste acontece em função, principalmente, do ano de fabricação, opcional, estado de conservação e Categoria Tarifária do veículo que será objeto do seguro, possibilitando assim enorme variação no prêmio do seguro.

Precisamos também considerar que o Fator de Ajuste tem seus limites variáveis nas seguradoras e que eles podem, por exemplo, oscilar entre 80% e 130% do valor de Mercado referenciado na Tabela (supondo o valor constante na tabela igual a 100%), fazendo com que o prêmio do seguro varie exatamente na mesma proporção da escolha do percentual do Fator de Ajuste.

Em nosso próximo capítulo: A influência no prêmio dos Tipos de Cobertura, Limites Máximos de Indenização e Franquia.

Dados do Autor:

– Engenheiro, pós-graduado em Seguros (PUC-RJ) com especialização no Disney Institute (Florida-EUA).
– Autor dos Livros de Automóvel, RCF e APP da Fundação Escola Nacional de Seguros – FUNENSEG, desde 1996.
– Autor do Livro-Seguro de Automóveis, suas variáveis e seu futuro.
– Autor do Livro-Seguro: Conceitos, Definições e Princípios.
– Autor dos Livros de Teoria Geral de Seguros da Fundação Escola Nacional de Seguros – FUNSNESEG, de 1997 a 2.001.
– Autor do Livro: SEGURO: Conceito, Definição e Princípios, editado pela VTN, em parceria com a CAIXA SEGUROS.
– Professor das Disciplinas de Seguro de Automóveis, RCF e APP, Teoria Geral de Seguros, e Analise de Mercado, Gestão de Processos e Técnicas de Vendas na FUNENSEG, Universidade Estácio de Sá, e Universidade Veiga de Almeida.
– E-mail para contato: [email protected]

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