Notícias | 18 de setembro de 2018 | Fonte: JJ

Polícia Civil descobre vendedor prestes a aplicar golpe do seguro

Um vendedor de 39 anos foi indiciado por falsa comunicação de crime e, por pouco, não se tornou réu em processo por fraude em seguro. Dono de um Hyundai Tucson, ele deu queixa de furto à polícia sem desconfiar de que o carro seria encontrado em curto espaço de tempo e seu condutor revelaria uma história diferente da contada por ele no momento do registro do boletim de ocorrência.

Somente nos sete primeiros meses do ano, 332 queixas de furto de veículos foram dadas em Jundiaí, com janeiro tendo a maior quantidade de registros (63). No Estado de São Paulo, o número cresce para impressionais 57.832 registros, com 25% dos casos, segundo estimativa da polícia, se tratando de golpes do seguro. No caso do vendedor, ele alegou que riscos feitos no automóvel por seu cão o fizeram desistir de manter o veículo, escolhendo enganar a polícia e a seguradora, que pagaria preço de tabela, sem a depreciação recorrente do mercado, principalmente por se tratar de um carro com riscos.

Em depoimento ao delegado Osvaldo Roberto Cândido, que descobriu toda a história, ele revelou ter deixado o Tucson parado em uma rua da cidade, com as portas e janelas abertas, e as chaves no contato, pois pretendia que o automóvel fosse levado. Mas só decidiu contar o que tramava após ser confrontado com a versão do homem encontrado pela Guarda Municipal dirigindo seu carro, então com queixa de furto.

Descoberta
Durante o registro do boletim de ocorrência de furto, o vendedor afirmou que seu automóvel havia sido furtado no dia 15, momentos depois de estacioná-lo na rua João Zotini, na Vila Rami, para ir à casa de um amigo. Já o suposto receptador contou a princípio que emprestou o carro em uma funilaria, onde o seu estava consertando, mas decidiu dizer posteriormente que o responsável pelo estabelecimento é quem o havia entregado para vender, pois se tratava de um golpe do seguro.

Para confirmar sua versão, ele, que disse não conhecer o vendedor, mostrou uma conversa pelo aplicativo whatsapp do dia 14, já com a foto do carro em seu poder, sendo o conteúdo das mensagens referente à permissão para “passar o veículo para frente”. Antes da confissão, o proprietário do Tucson também foi indagado sobre onde estariam as chaves do automóvel, uma vez que permaneceriam em seu poder no caso de furto, ao contrário de roubos, em que são levadas pelos assaltantes junto com o veículo.

Ele chegou a dizer que as havia perdido, e que seu automóvel também não possuía alarme, e desistiu de manter a versão após a polícia pegar as chaves do suposto receptador, desativar o dispositivo de segurança e abrir as portas. De acordo com o delegado Osvaldo, o vendedor apenas não foi preso por estelionato por não ter acionado o seguro, configurando sua conduta em “atos preparatórios para prática ilícita prevista no artigo 171”. Ele determinou, no entanto, a apreensão do automóvel e o registro do caso como “falsa comunicação de crime”, bem como a investigação para apurar os fatos com detalhes, incluindo o envolvimento do suposto funileiro na tentativa de golpe.

FAÇA UM COMENTÁRIO

Esta é uma área exclusiva para membros da comunidade

Faça login para interagir ou crie agora sua conta e faça parte.

FAÇA PARTE AGORA FAZER LOGIN