Pesquisa da Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp) indica que as empresas deixaram de lado os planos tradicionais de aposentadoria complementar, que oferecem rendimento fixo (IGP-M mais juros de 6% ao ano), para comercializar os planos de benefício livre, do tipo PGBL e, sobretudo, do VGBL, que a entidade inclui em suas estatísticas.
No primeiro trimestre do ano, as vendas dos planos tradicionais, da ordem de R$ 930 milhões, exibiram forte queda: de 21,5%, sobre os três primeiros meses de 2003. Sua parcela sobre o faturamento total do mercado, entre os dois períodos, despencou de 39% para 21%.
Já o faturamento do VGBL avançou a passos largos, chegou a R$ 2,3 bilhões no acumulado até março, crescimento de 154% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Sua fatia sobre a captação de prêmios do setor pulou de 30% para 52,6%. Os dados da Anapp mostram que as vendas do mercado estão concentradas nesse produto. Tanto é que fatia do PGBL também diminuiu entre os dois períodos comparados: de 31% para 26,1%, apesar da evolução desses planos: a receita subiu 23,5%, ao atingir R$ 1,1 bilhão.
As estatísticas da Anapp também revelam que a previdência privada aberta no Brasil permanece restrita aos investidores individuais. Do total das vendas no primeiro trimestre do ano, 77% foram de planos pessoais. Outros 19% foram produtos comercializados para empresas, como benefício aos empregados. Os 4% restantes tiveram como destinação os jovens.