Notícias | 16 de novembro de 2005 | Fonte: Jornal do Commercio

Planos buscam reduzir risco de carteiras

Operadoras de Saúde

Não importa o porte ou quanto tempo de existência tenha a operadora de planos de saúde. A verdade é que todas compartilham a busca por maior competitividade e diminuição do risco de suas carteiras. A estratégia mais recorrente tem sido a diminuição da aceitação de usuários individuais e o crescimento do mercado voltado à pessoa jurídica. “As operadoras estão focando cada vez mais essas fontes para equilibrarem suas receitas”, diz o economista e consultor da área, Pedro Fazio.

Fazio explica que o grande estímulo para as empresas preferirem os negócios na divisão dos planos corporativos é o fato de não sofrerem reajustes determinados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Diferentemente dos planos individuias, os reajustes decorrem de acordos definidos entre as partes”, afirma.

Por conta disso, é que a Samcil, que tem como público-alvo a população das classes C e D, está revendo suas estratégias de mercado. De acordo com o diretor geral da empresa, Mauro Bernacchio, até cerca de dois anos atrás o foco eram os planos individuais. “Como muitas operadoras não sobreviveram às regras do mercado, apostamos muito nas pessoas físicas para tomar o lugar deixado por elas”, conta. O executivo diz, no entanto, que os planos agora são de reverter esta situação.

Atualmente, 70% dos clientes da Samcil são pessoas físicas e o restante está dividido entre empresas de pequeno e médio portes. “Este ano iniciamos um processo de equilíbrio da origem de nossas receitas. Nosso objetivo agora é ganhar mais clientes do segmento corporativo”, declara Bernacchio. Ele diz que quando as pessoas jurídicas chegarem a 50% de sua carteira, representarão 35% de seu faturamento. A operadora teve faturamento de R$ 359 milhões em 2004 e a expectativa é chegar aos R$ 390 milhões no final deste ano.

Apostando nos contratos corporativos como negócio do futuro, a Samcil elegeu como carro-chefe entre seus produtos o Plano de Co-Participação, no qual o funcionário da empresa paga R$ 7 pela consulta. “Isso acaba eliminando o uso abusivo dos planos e se transformando em benefício para as empresas que nos contratam”, afirma o diretor geral. De acordo com Bernacchio, a co-participação reduz custo das companhias de R$ 30 para R$ 24 mensais por funcionário.

Mudanças a partir de 1998

Os planos de saúde passaram por grande processo de mudança a partir de 1998, com a aprovação da lei suplementar nº 9.656. Além da questão do reajustes dos preços, outra vantagem diz respeito à contratação de planos corporativos. Confere às operadoras o poder de cancelar os serviços prestados a qualquer momento. “É uma questão de economia de escala, já que os grupos empresariais têm muito mais componentes do que qualquer outro grupo”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Medicina de Grupo (Abrange), Arlindo de Almeida.

O executivo lembra ainda que a inadimplência é uma questão de risco inerente aos planos de pessoas físicas. “No caso das empresas isso não acontece. É como o crédito consignado, as pessoas já têm o desconto em folha de pagamento e não têm como não pagar”, compara.

A Central Nacional Unimed é voltada exclusivamente para o segmento corporativo. De acordo com o presidente da empresa, Mohamad Akl, até o final do ano serão 500 mil os usuários corporativos da Unimed. “Começamos há cinco anos, com 80 mil usuários”, afirma.

Akl diz que o faturamento da empresa tem superado as expectativas. “Esperávamos crescer de 10% a 12% no ano passado, mas o crescimento acabou sendo de quase 29%”, revela. O executivo informa que a empresa faturou R$ 312 milhões no ano passado e que deve fechar 2005 com R$ 405 milhões.

Medicina preventiva

Assim como a Samcil tem feito, a Central Unimed de Saúde, além de traçar estratégias agressivas para o segmento, tem direcionado esforços para programas de medicina preventiva. Com eles, as operadoras colocam à disposição das empresas, grupos multidisciplinares de médicos com o objetivo de evitar a manifestação de doenças. Na avaliação do presidente da Abrange, esta é a nova cartada para diminuir custos. “As operadoras ganham porque haverá menos consultas e as empresas deixam de perder quando seus funcionários não ficam doentes”, explica Almeida.

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