Carlos Valle, da Valle Corretora de Seguros, afirma que os negócios da empresa conseguiram se manter, mesmo nos tempos de pandemia, principalmente por conta de renovações de contratos e da busca maior por produtos específicos. “Sentimos uma queda nos seguros de automóveis, mas as algumas seguradoras ampliaram o prazo para renovação mantendo o bônus. E vimos um aumento na demanda por seguro de vida e uma procura também pelo de saúde, mas mais discreta”, detalha, ressaltando a importância de estar assegurado mesmo em tempos de pandemia. “É importante manter alguns seguros, como o do automóvel. O carro fica parado por muito tempo e pode precisar de algum atendimento, além disso vai chegar o período de chuva e também, quem precisa sair de casa, está sujeito a acidentes. E muitos deles garantem assistência residencial. O seguro residencial também é importante em um momento que o uso da casa está mais intenso com a família nela”, reforça.
Por existir uma infinidade de coberturas e de os contratos variarem de acordo com cada seguradora, o papel do corretor é fundamental para encontrar uma proteção que se adeque ao desejo do cliente. “Cada seguradora tem uma carência e o corretor pode dar todas as características de cada uma. Conhecendo as necessidades e os limites de cada cliente, seja de custos, idade, moradia, dá para entender o que é melhor e que adeque melhor a ele”, conclui Carlos Valle.
Cinco pontos para ajudar na retomada de forma mais consistente
Mesmo que ainda não haja previsão de quando começará a haver uma flexibilização em relação às medidas restritivas impostas pela pandemia do coronavírus, as companhias seguradoras devem determinar os impactos provocados nos médio e longo prazos e pensar nas estratégias para o futuro para manter a competitividade no mercado. Levantamento da PwC revelou cinco pontos prioritários para a retomada e para ajudar o setor de seguros a sair da crise de forma mais consistente, independentemente da linha de negócios oferecida aos clientes.
O primeiro deles diz respeito ao realinhamento da estrutura de custos e o foco na produtividade, já que a maioria das seguradoras foi atrás de reduzir os custos desde a crise global de 2008, medidas que nem sempre trouxeram resultados positivos, segundo a PwC. A questão é certificar que economias de curto prazo não prejudiquem a capacidade de operar no futuro. Além disso, o segundo ponto mostra que o momento pede uma transformação digital e, apesar de a maioria das seguradoras já terem iniciado esse processo, a implantação de uma agenda digital vai tornar a empresa mais ágil.
Outra forma de se manter competitivo no pós-pandemia é criar novos fluxos de receita para crescer, já que a tendência é de um cenário de competição por uma parcela maior em um mercado eventualmente reduzido, assim como carteiras menores de clientes. O quarto ponto, segundo o levantamento, é preparar a força de trabalho para novas formas de processos e de trabalho., com funcionários com habilidades para a mudança digital, além de permitir um ambiente de aprendizagem constante. Por último, é importante reforçar a eficiência do capital e da marca.
Segundo Carlos Matta, sócio da PwC Brasil e líder do setor de seguros, com as perspectivas de uma recessão global, a possível recuperação da economia se torna mais difícil e as perspectivas de crescimento são menores. “É essencial atuar de forma rápida, correta e humanitária, demonstrando agilidade, empatia e habilidade em resolver as questões se colocando no lugar do outro, a fim de atrair novos clientes e fidelizar os antigos. Nesse novo mundo, um serviço lento, burocrático e impessoal não terá lugar”, ressalta.