A previdência privada abertaconseguiu um feito histórico em 2003: em apenas um ano as seguradoras venderam um milhão de planos de pensão, equivalente a receitas de R$ 14,869 bilhões, o que significa um crescimento de 53,56% em relação a 2002. Com isso, o patrimônio do setor saltou para R$ 48,5 bilhões e já representa cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Os números foram divulgados, ontem, pela Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp).
As discussões em torno da reforma da previdência, que ocorreram praticamente durante todo o ano de 2003, foram importantes para o desempenho do setor. Funcionaram como uma verdadeira campanha de conscientização da população sobre a importância de ter uma aposentadoria privada .
Segundo o presidente da Anapp, Osvaldo do Nascimento, também foram decisivos, para o crescimento, a modernização dos produtos de previdência, o aprimoramento da regulamentação e o cumprimento dos compromissos – 266 mil pessoas estão recebendo benefícios, incluindo planos de aposentadoria, pensões, invalidez e renda a menores.
Para este ano, Nascimento projeta um crescimento de 40% nas receitas e de 15% no número de participantes. Ele acredita que há potencial para atingir cerca de 20 milhões de participantes a longo prazo. Atualmente, estão no mercado 6,2 milhões de planos.
Em 2003, as maiores vendas foram de planos individuais (52,83%), em comparação aos 41,16% de empresariais e 29,86% nos planos para menores de idade. “O ritmo de crescimento lento da economia impediu uma maior evolução dos planos empresariais, mas acreditamos que, em 2004, com a retomada do crescimento, esse setor deverá apresentar um desempenho superior”, afirmou.
Mudança no ranking
Os números da Anapp mostram uma mudança no ranking de receitas de planos de 2003. A Itaú Vida e Previdência ( Itauprev ) consolidou a segunda posição, com receitas de R$ 2,4 bilhões. A Bradesco Vida e Previdência permaneceu firme na liderança com receitas de R$ 5,6 bilhões.
O destaque de vendas em 2003 foi VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres), que atingiu uma receita acumulada no ano de R$ 6,965 bilhões, um aumento de 176,52% sobre 2002. Em 2003, mais entidades abertas passaram a oferecê-lo a seus consumidores. Além disso, o VGBL popularizou a previdência entre as classes C, D e E. Foi comprado por uma parcela importante da população que não tinha produtos para atender às suas necessidades. Esse público não usufrui dos benefícios do abatimento do imposto de renda, concedido pelo PGBL.
Já o PGBL ( Plano Gerador de Benefícios Livres) – o primeiro produto responsável pelo alargamento do mercado de previdência privada – continuou sua trajetória de sucesso. Sua receita foi de R$ 4,529 bilhões, com crescimento de 51,49% em relação a 2002.
Apenas no último mês de dezembro, devido às características do produto, que permite o abatimento de até 12% da base de cálculo do imposto de renda de pessoas físicas, a receita de PGBL atingiu R$ 684 milhões. “O PGBL continua sua trajetória de crescimento”, afirmou. Lucia Rebouças