Notícias | 7 de dezembro de 2015 | Fonte: Revista Apólice

Os novos consumidores de planos de saúde das classes emergentes

Trabalhar com o público das classes C e D é o core business de algumas operadoras de saúde, que encontraram grande oportunidade num nicho de mercado que nunca foi muito valorizado por outras atuantes no setor. Entretanto, o cenário econômico de um país como o Brasil sofreu diversas mudanças nestes 23 anos e, dentre as transformações ocorridas, a mais relevante foi a distribuição de renda entre a população, que mudou de mãos com a ampliação da formalização dos trabalhadores das classes C e D, potencializando um marcante encurtamento de distâncias sociais. Deu-se então uma significativa expansão da classe média, formada por indivíduos que anteriormente pertenciam à cl asse baixa e gerando a criação de uma nova classe social denominada “nova classe média” ou “classe emergente”.

Vivenciamos de perto essa mudança do perfil sócio-econômico do país, trabalhando incessantemente para nos adaptar aos novos anseios e expectativas da nova classe social, com hábitos e comportamentos diferenciados e preocupações inéditas, pela primeira vez, em relação à insatisfação com a qualidade da saúde pública, propiciando um crescimento do desejo de acesso aos planos de saúde privados.

Porém, a experiência mostra que nunca devemos nos colocar em posição de conforto, pois o mercado é inconstante e desafiador, provocando nossa criatividade e pró atividade de tempos em tempos. Na contrapartida,os protagonistas deste crescimento econômico até pouco tempo, a chamada “classe emergente”, tomaram empréstimos, compraram automóveis, televisores, equipamentos de informática e contrataram o desejado plano de saúde. Agora, com o peso do aumento do custo de vida em seu bolso, refazem as contas e cortam gastos, com a perspectiva de uma crise no mercado.

Atualmente, acreditamos que já está sendo feita a avaliação estatística sobre mais esta nova mudança de comportamento da chamada classe emergente, onde o consumidor precisa abrir mão de algumas conquistas alcançadas, mas não deseja abrir mãos do tão sonhado plano de saúde. A opção observada, então, tem sido a retirada voluntária dos titulares dos planos, mantendo os filhos e garantindo acesso à saúde para um público mais jovem; talvez esta seja a forma dos pais protegerem seus familiares e proporcionarem um serviço que eles não tiveram acesso na infância.

É provável que estejamos diante de mais uma mudança no cenário da saúde e cabe a nós enxergar qual é a mensagem desta nova situação que está diante de nossos olhos, vislumbrando ações que podem ser implementadas para continuarmos firmes e fortes neste mercado tão importante.

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