Notícias | 9 de janeiro de 2006 | Fonte: Isto é Dinheiro

Onde investir em 2006: Previdência privada

Manter o padrão de vida depois de pendurar as chuteiras é uma preocupação cada vez mais palpável nos lares brasileiros. Cerca de 7,5 milhões de pessoas já possuem algum tipo de plano de previdência complementar no País. Mas nem por isso escolher o produto adequado tornou-se uma tarefa trivial.

O mercado de previdência privada se sofisticou, e hoje existem planos de diversos tipos, para todas as idades e perfis de risco. Fazer um planejamento detalhado da aposentadoria pode garantir não só uma rentabilidade mais atraente como evitar dores de cabeça no futuro.

Tome-se, a título de exemplo, o caso da família Sérgio Alves, na qual quatro gerações convivem com o desafio de escolher o plano de previdência mais apropriado. Somente para a matriarca Zoé Mesquita Sérgio, de 71 anos, os especialistas não indicam a contratação de um fundo de aposentadoria. `Como ela já recebe uma aposentadoria do INSS e não tem mais nenhum dependente, não faz sentido poupar`, observa Elisabeth Noronha, superintendente de produtos da Mongeral Seguros e Previdência.

Mesmo para a partilha da herança, o mais recomendado é recorrer a uma consultoria de planejamento patrimonial. Para o restante da família, a Mony Consultoria preparou, a pedido da DINHEIRO, uma simulação em que são levados em consideração, além das questões tributárias, o período total de contribuição e o valor mensal do depósito.

Filho de Zoé, o engenheiro Fábio Sérgio Alves, de 49 anos, tem pela frente 16 anos de trabalho antes da planejada aposentadoria. É um caso típico de cidadão que recorre tardiamente ao sistema de previdência privada. `Se o período de acumulação é curto, a contribuição mensal será elevada`, avisa Orlando Mello, da Mony.

Para quem, como Fábio, declara Imposto de Renda pelo formulário simplificado, o plano recomendado é o VGBL, no qual o imposto só incide sobre os rendimentos. Com uma contribuição mensal de R$ 600, a reserva acumulada é de R$ 272,65 mil, equivalente a um benefício mensal vitalício de R$ 1.164, 95.

Representante da terceira geração do clã, a filha de Fábio, Taís Ribeiro Alves, de 26 anos, conta com um período de acumulação bem maior, estimado em 35 anos. Cada vez mais jovens de sua idade têm considerado a idéia de entrar cedo em um plano de previdência – e esta precocidade traz vantagens. `Como tem tempo, uma jovem como ela pode até optar por investimentos mais agressivos, como no mercado de ações`, observa Mello. Pelas projeções do especialista, com uma contribuição de R$ 150 por mês, ela receberia, a partir dos 61 anos de idade, uma renda mensal vitalícia de R$ 1.050,84.

Taís pode ainda fazer um plano de previdência para seu filho, Mateus, o mais novo dos Sérgio Alves, com 5 anos de idade. O objetivo, nesse caso, é educacional. Com os mesmos R$ 150 de contribuição mensal em um VGBL, ela garantiria para o filho uma reserva de R$ 46.497 aos 18 anos – mais ou menos na época da planejada entrada na faculdade. O estudo elaborado pela Mony considera rentabilidade média de 10% ao ano para Fábio e Mateus, cujas contribuições se estenderão por 16 e 13 anos, respectivamente. E de 8% para Taís, que tem 35 anos para investir.

Independente de idade, renda e tipo de plano, é importante ficar atento aos custos. Além da taxa de administração, cobrada em todo fundo de investimento, incidem sobre produtos de previdência outras duas tarifas: de carregamento e de saída. A taxa de carregamento varia de acordo com o banco ou seguradora e pode chegar a 10% sobre o valor da contribuição.

O ideal é procurar os planos em que, depois de um determinado período (normalmente cinco anos), ela cai a zero. A taxa de saída incide no momento do resgate ou da transferência dos recursos para outra instituição, e a alíquota é quase sempre a da CPMF (0,38%).

`É importante que a pessoa tenha certeza de que permanecerá no plano de previdência por bastante tempo. Senão, um fundo de investimento é a melhor opção, já que não há taxa de carregamento e, com a conta investimento, pode-se trocar de aplicação sem pagar CPMF`, observa Marcelo D’Agosto, sócio do site Fortuna.

Para que o plano de previdência não comprometa o orçamento e não haja necessidade de resgate antes da hora certa, os especialistas recomendam que o valor de contribuição não ultrapasse 10% da renda do trabalhador.

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