Notícias | 20 de novembro de 2020 | Fonte: CQCS

O setor de seguros e os primeiros sinais de retomada econômica

Pedro Simões, economista do comitê de Estudos de Mercado da CNSeg, conduziu o webinar “O setor de seguros e os primeiros sinais da retomada econômica”. Ele destacou que o momento atual é de incerteza. “Analistas dizem que nas últimas eleições os eleitores buscaram segurança e isso tem a ver com o nosso setor”, pontuou.

Simões disse que a recuperação econômica brasileira tem sido heterogênea quando se observam os dados. “Percebemos, por exemplo, que os seguros voltados para pessoas físicas e jurídicas  têm comportamento diferente que é condizente com os dados que mostram que os serviços voltados para família estão sofrendo mais”. 

Luana Miranda, economista e pesquisadora na área de Pesquisa Aplicada da FGV/IBRE, falou do impacto da pandemia em diversos setores. Ela disse que o país estava em uma situação delicada em um processo lento de recuperação. “O país teve uma recessão intensa e duradoura entre 2014 e 2016 e de 2017 a 2019 recuperamos pouco. Havia um longo caminho ainda para recuperar e nesse cenário a pandemia começou”, descreveu.

Ela destacou que a recuperação que vem acontecendo é desigual entre os setores da economia. ”O setor de serviços é o mais afetado e a recuperação é de forma lenta. A indústria e o comércio já recuperaram as perdas e o setor de serviços emprega muita gente e a recuperação lenta é preocupante”.

A pesquisadora pontuou ainda que dentro de serviços, o setor de transportes também tem dificuldade na recuperação, principalmente o aéreo. 

Ela disse que a incerteza do governo sobre o cumprimento das metas fiscais causa uma instabilidade e desconfiança do governo. “Precisa melhorar as incertezas para que existam condições de recuperação nos próximos anos”, alertou.

Outro índice analisado por ela foi o desemprego. “A expectativa é que para 2021 a taxa de desemprego atinja 15,4% e é preocupante porque a redução do desemprego é fundamental para recuperação”.

Thisiani Martins, presidente da comissão de riscos da FenSeg, destacou que o ramos de seguros patrimoniais no todo se registra um crescimento de janeiro a setembro de 7,8%. Dois segmentos que sofreram bastante são transporte e aeronáutico. “Em transporte o efeito é quase imediato; no transporte internacional foi favorecido pelo agronegócio, mas ainda assim nos últimos 4 meses houve redução de 22% na movimentação de carga esse percentual é maior do que quando houve a greve dos caminhoneiros”, disse.

Ana Flavia Ribeiro Ferraz, presidente da comissão de produtos de riscos da FenaPrevi, disse que o cenário de incerteza afetou também produtos de acumulação com impacto também na retirada de recursos. “Comparando 2019 com 2020, o aumento de retirada se aproximou de 27% e isso fez com que a captação líquida tivesse redução de 22% negativa. De fato é bem material o impacto que as incertezas e o cenário econômico de paralisação de diversas atividades econômicas têm sobre a poupança”, analisou.

Ela destacou que o aumento na curva de resgate aconteceu no mês de março nas primeiras medidas de restrição das atividades econômicas. 

Ana Flavia lembrou ainda que produtos de acumulação tem ligação com a renda de assalariados. “Quando lembramos disso, fica fácil entender o impacto de arrecadação de poupança com a redução da renda”, analisou.

Para ela, o mercado de seguros é comprometido com contrato de longo prazo. “Basta pensarmos nos contratos de previdência que caracterizam esse perfil de investidor institucional do mercado”, pontuou.

Ela contou ainda que pesquisas mostram que cresceu o número de consumidores que buscam informações por seguros individuais. “As pessoas estão preocupadas com proteção e sensibilizadas com a questão da renda, de ter reserva”, disse.

Ela comentou sobre uma pesquisa da Limra (Life Insurance Management Research Association) feita com consumidores de seguros nos Estados Unidos que identificou que no mês de março, 49% dos consumidores de seguros, estavam preocupados com o seguro de vida e em agosto, o índice atingiu 58%. “Conseguimos perceber essa tendência no Brasil houve crescimento de 18% no seguro de pessoas, isso dá ideia dessa preocupação que tem se materializado na compra de apólices”, revelou.

Ela mostrou alguns dados que ressaltam o crescimento no ramo de pessoas. “Prestamista continua sendo o setor com maior crescimento dentro do seguro de pessoas seguido por seguros individuais que mostra que as pessoas, independente do empregador ou associações estão buscando seguro de vida”. Ana Flavia destacou que o seguro com cobertura para doenças graves foi o que mais cresceu. 

Por outro lado, o seguro viagem foi o mais afetado já que houve a queda na movimentação de passageiros. “Acho que a necessidade do consumidor continua ditando e acho que esse comportamento se bem acompanhado e estudado é o que vai ditar as tendências para o segmento de pessoas”, analisou.

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