O corretor de seguros sairá fortalecido da crise provocada pela pandemia do coronavírus, mais reconhecido pela sociedade e com um amplo espaço para atuar como indispensável agente de proteção das pessoas, das famílias e das empresas. Em síntese, foi essa a opinião manifestada pelos convidados da edição desta quarta-feira (10 de junho) do programa “CQCS Talks”, mediado pelo fundador do CQCS, Gustavo Doria Filho, que abordou, como tema central, a distribuição de seguros no “novo normal”.
Tanto o vice-presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros, Marco Antônio Gonçalves, quanto o CEO da Qualicorp, Bruno Blatt, e o presidente do Sincor-SP, Alexandre Camillo, acentuaram que a expectativa para o pós-pandemia é “muito boa” para o corretor de seguros que estiver preparado e, principalmente, focado para explorar adequadamente as oportunidades que deverão surgir. “Temos a tecnologia a nosso favor, o que permite a humanização nas relações, pois o corretor pode ver e se mostrar para o seu cliente. Transitamos por diversos setores da economia, sejam os mais afetados e outros que estão em alta. Há pluralidade de produtos e serviços para oferecer aos clientes, que se interessa mais por proteção à saúde, à vida, ao patrimônio. Esse desejo de proteção me faz crer, convictamente, que o futuro nos reserva algo de muito bom”, assinalou Camillo.
Para ele, o momento é de “fazer o simples”, ter atitude e aproveitar os “recursos que estão aí”. O presidente do Sincor-SP ressaltou, contudo que o corretor não deve deixar de pedir ajuda se for necessário, seja a outros corretores ou às plataformas oferecidas pelas empresas do mercado. “Está tudo na sua mão. Quer vender? Oferte. Nada adianta se não ofertar” alertou.
Já Marco Antonio Gonçalves assegurou que o mercado e, particularmente, os corretores de seguros, estão preparados para o “novo normal.” Contudo, ele enfatizou a necessidade de corretores e seguradores “discutirem” com a sociedade a oferta de novos produtos, focados nas reais necessidades da população. “Precisamos nos unir para olhar aderência de produtos e serviços oferecidos, que precisam ser mais dinâmicos. Todo mundo precisa estudar ansiedades da sociedade e apresentar soluções. O corretor está maduro e preparado para ser o grande protetor da sociedade. Então, precisamos acelerar novos produtos”, acrescentou o vice-presidente do conselho consultivo da MAG Seguros.
Ele lembrou que, até 2017, o seguro de vida “era tabu”. Porém, desde então, passou a ser mais frequente na mídia, a reboque da reforma da Previdência e agora, junto com o seguro saúde, em razão da pandemia. “Todos pensam em se proteger”, comentou.
O executivo disse ainda que, após o início da pandemia, a venda remota passou a ser mais efetiva e “veio para ficar”. No entanto, ele acredita que, no “novo normal”, haverá um modelo híbrido com vendas presenciais e por meio remoto. “A distribuição também está mudando, teremos agentes, corretoras digitais concorrendo com os corretores. Mas, há espaço para todos crescerem. Afinal, apenas 22,5% da população têm um seguro saúde, percentual que já chegou a 25% e somente 30% da frota é segurada. É muito pouco. A longevidade veio para ficar. Com a pandemia, fizemos mais em três meses do que em 10 anos. Todo mundo falava em mesmice do mercado. Mas, imaginamos um futuro diferente”, salientou.
Por sua vez, Bruno Blatt afirmou que, diante do novo cenário, a Qualicorp está reinventando a relação com operadoras, clientes, funcionários, entidades e, principalmente, os 35 mil corretores de seguros cadastrados. “100% das nossas vendas são feitas por plataforma digital. Temos agora 180 cursos online para os corretores. Estamos alinhados com os corretores, que são nosso principal canal. A categoria precisa ter protagonismo no setor”, revelou.
Blatt observou que a prioridade é ajudar o corretor de seguros neste momento. Nesse contexto, estão sendo adotadas várias “ações transformadoras”, como a remodelação da área comercial, que não é mais nacional. “Trabalhamos agora com superintendências regionais” explicou.
O CEO da Qualicorp citou ainda o “fundo solidário” de R$ 2 milhões criado para apoiar os corretores de seguros e seus familiares que tenham testado positivo para o coronavírus. O fundo destina R$ 1 mil para esses corretores e 100% do processo, da análise até a liberação, é feito por meio digital.
Do ponto de vista comercial, e especificamente na carteira de saúde, ele demonstrou preocupação com a situação vivida por pessoas que completam 60 anos. “O nível de cancelamento é muito alto. O desafio é o alto custo. Precisamos discutir o risco para esse segmento da população. É claro que toda operadora tem que ter cuidado na aceitação. Mas, devemos ser criativos, desconstruir os produtos existentes e construir de forma diferente para facilitar o acesso. Tudo isso passa pelo corretor de seguros”, enfatizou Bruno Blatt.
No encerramento do programa, Gustavo Doria destacou que há um “terreno muito fértil” para o corretor de seguros, que tem espaço garantido. Entretanto, ele não acredita que todos estejam pontos para atuar no “novo normal”. Por essa razão, sugeriu que a categoria tenha “mais ação”, compreendendo que a transformação é fundamental para sobrevivência no futuro. “Seja um corretor biônico, usando as melhores ferramentas e fazendo diferente”, sugeriu.
A próxima edição do CQCS Talks que ocorre quarta-feira, 17/06, contará com a presença de Valmir Rodrigues, Diretor Executivo Comercial da Tokio Marine; Marco Antonio Gonçalves, Vice-presidente consultivo da MAG Seguros; Hélio Opipari Junior, CEO da Opipari Assessoria e Carlos Valle Sócio-fundador da Valle Corretora de Seguros.
Confira a última edição do CQCS Talks
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