Notícias | 28 de novembro de 2005 | Fonte: Folha de S.Paulo

Nos EUA, segmento financia as empresas; no Brasil, o governo

O crescimento dos investimentos em planos de previdência privada é positivo para a economia do país, tão carente de investimentos de longo prazo. A realidade brasileira, porém, ainda está longe de igualar-se à de outros países, como os Estados Unidos, onde os fundos de pensão direcionam até 70% de seus recursos para ações de empresas.

Os executivos do setor explicam que as altas taxas de juros praticadas no Brasil empurram 92% dos recursos da carteira de investimento dos fundos abertos para aplicações em títulos de renda fixa. `Se o Brasil conseguir sustentar um cenário de juros baixos, os investimentos em ações podem e devem aumentar`, diz Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Vida e Previdência.

Enquanto não são direcionados diretamente para o setor produtivo, os investimentos dos fundos de previdência, tanto abertos quanto fechados, ajudam a alongar o perfil da dívida pública interna, atualmente na casa do R$ 937 bilhões. Desse total, cerca de 13% ( R$ 120 bilhões) estão nas mãos dos fundos de previdência em títulos de longo prazo indexados ao IGP-M e ao IPCA. `Uma parte desses títulos tem vencimento somente em 2045`, afirma Renato Russo, da SulAmérica.

O impacto dos investimentos em previdência privada na economia também ocorre na outra ponta. Segundo o professor Flávio Rabelo, da Fundação Getulio Vargas, em 2004, foram pagos R$ 19 bilhões em benefícios pelos fundos de pensão para cerca de 500 mil participantes. Em 2010, ele projeta um ingresso de R$ 59 bilhões na economia com esses pagamentos. `Isso representará a criação de 3 milhões de empregos e a arrecadação de quase R$ 4 bilhões em impostos`, diz.

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