Notícias | 30 de março de 2021 | Fonte: CQCS

Navio encalhado em Suez terá reflexos no mercado de seguros

O encalhe do navio Ever Given no Canal de Suez terá reflexos no mercado de seguros. A projeção é do consultor Sergio Ricardo, para quem, entre as possíveis consequências desse incidente, consta o aumento dos preços das coberturas. “As resseguradoras podem aumentar as taxas momentaneamente para equilibrar as perdas”, comenta o consultor.

Ele ressalta, contudo, que esse movimento de ajuste nos valores do resseguro “não deve durar muito tempo”.

Segundo Sergio Ricardo, as seguradoras e resseguradoras envolvidas no seguro de transporte marítimo tendo como clientes os embarcadores e/ou operadores logísticos já estão estimando perdas bilionárias, porque o fechamento temporário de um canal importante como Suez gera atrasos logísticos significativos, perda de mercadorias e com isso lucros cessantes.

Ele lembra que esse canal é um dos principais fluxos dos modais de carga no mundo e, não por acaso, os preços de commodities já estão sendo influenciados, como o de petróleo, por exemplo. “O acidente ocorrido foi bastante aleatório, mas o que preocupa de fato naquela região é a interrupção por possibilidade de guerras e a pirataria quando se sai do canal para o Oceano Índico”, salienta o consultor.

O navio ficou encalhado por quase uma semana, entre os dias 24 e 29 de março, quando começou a se mover.

Segundo o portal do jornal El País, o mercado de seguros, junto com o de comércio marítimo, estimam diversos litígios e vultosas indenizações que a empresa japonesa Shoei Kisen, dona da embarcação, terá que arcar. “Está claro que a imensa maioria dos mais de 200 navios que se encontram parados no canal não poderão chegar a seus destinos no prazo previsto. E isso abre caminho para que os donos das mercadorias peçam indenização à seguradora do Ever Given para ressarcir produtos deteriorados e multas por prazos descumpridos”, informa a reportagem, citando a agência Reuters.

O bloqueio do canal de Suez gerou impacto mundial, já que mais de 10% do comércio global passa pela estreita via em águas egípcias.

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