Nationwide cresce 69% no semestre

Contribuições de R$ 16,5 milhões levam seguradora ao 3º- lugar no ranking de independentes. A Nationwide Marítima Vida e Previdência, que há pouco mais de três anos se instalou no Brasil, já conseguiu abocanhar a terceira colocação no ranking das seguradoras independentes nas vendas de Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL). No primeiro semestre deste ano, as contribuições totais atingiram R$ 16,5 milhões, 69% acima do registrado em mesmo período do ano anterior, sendo quase todo o valor, R$ 14,5 milhões, aplicado em PGBL.
Segundo números preliminares, a seguradora movimentou prêmios de R$ 42,2 milhões com a venda de seguro de vida e de acidentes pessoais no primeiro semestre deste ano, 67 % acima do valor obtido em mesmo período anterior, de R$ 25,2 milhões.
“É um bom resultado para uma empresa estrangeira que está no Brasil há pouco tempo e mostra que a economia brasileira está mais madura e estável”, comemorou Philip Healey, presidente da subsidiária brasileira, fruto da fusão entre a Nationwide, uma das maiores seguradoras dos Estados Unidos, com a Marítima Seguros na área de vida e previdência, iniciada em novembro de 2000. Do faturamento total do grupo, cerca de 75% são planos empresariais e 25% individuais, tanto em previdência como em vida.
A seguradora conta hoje com 550 mil clientes entre seguros e previdência. Boa parte do crescimento do semestre resultou de contratos que estavam pendentes no final do ano passado, com a incerteza política.
A venda consultiva também é citada pelo executivo para justificar o crescimento do grupo no Brasil. A distribuição dos produtos é feita pelos 7,5 mil corretores de seguros cadastrados na companhia. Desses, 1,1 mil representam 80% do faturamento do grupo no Brasil. A seguradora tem uma equipe para treinar os profissionais. “Apostamos na qualidade do corretor e por isso investimos nesse canal de distribuição”, disse o executivo, que direcionou cerca de R$ 500 mil para treinamento no primeiro semestre deste ano.
De acordo com o executivo, a matriz está satisfeita com o resultado da subsidiária brasileira. “Atingiremos nosso `break-even` em 2005, como estava planejado desde o início”, disse Healey. O prejuízo do primeiro semestre deste ano foi de R$ 12,4 milhões, abaixo dos R$ 14 milhões de igual período do ano passado. A seguradora havia estimado prejuízo igual ao do primeiro semestre de 2002. As despesas administrativas ficaram estáveis em R$ 23 milhões, mesmo com o avanço da receita da companhia. “Os números mostram que estamos indo bem, mantendo nossos custos e ganhando mercado”, disse Healey.
A seguradora conseguiu passar dos R$ 70,4 milhões de ativos sob gestão, o que representa crescimento de 194% em relação ao mesmo período anterior. A carteira total de investimentos cresceu 43%, de R$ 72 milhões para R$ 105 milhões no período analisado. Grande parte dos recursos está aplicada em títulos de renda fixa em razão de ser hoje a aplicação mais rentável do mercado. “As aplicações em ações deverão aumentar quando os juros atingirem um patamar mais baixo, tornando os papéis de maior prazo e maior risco mais atrativos”.
A receita de sucesso da Nationwide, segundo o executivo, é entender a cultura do brasileiro. “Não adianta trazer produtos enlatados e achar que funcionará. É preciso entender a cultura de curto prazo do brasileiro e respeitá-la, criando produtos de acordo com esse padrão. Mesmo que a pessoa não pense em sacar os recursos destinados a aposentadoria, ela quer ter o direito de resgate no curtíssimo prazo. Lá fora as pessoas esquecem por alguns anos desse investimento”, comentou.
Para o final de 2003, o executivo prevê gerenciar ativos de R$ 101 milhões em VGBL e PGBL, com as contribuições somando R$ R$ 52,3 milhões. No segmento de seguros, a estimativa é de prêmios de R$ 83 milhões.
(Finanças & Mercados/Página B2)(Denise Bueno)