Notícias | 19 de novembro de 2003 | Fonte: Gazeta Mercantil

Mulheres da classe “C” querem comprar

As mulheres da classe “C” querem comprar seguro de carro, de casa e de vida. Muitos profissionais do setor dizem isso, mas essa tese virou um livro, lançado hoje pelo grupo Abril: “Mulheres da Classe C Segmentação. Uma mesma classe. Diferentes Realidades”. O Ibope ouviu 3 mil mulheres entre 18 e 49 anos, em nove estados do Brasil. Das entrevistadas, metade tem renda mensal entre R$ 481 e R$ 1,2 mil.
Cerca de 57% dessas mulheres informaram que gostariam de comprar seguro de casa e seguro de vida. Seguro de automóvel é menos prioritário a elas: 45% desejam garantir a reposição do bem em caso de roubo ou colisão. Apenas 12% delas têm a residência protegida por uma apólice, 4% contrataram um valor para amparar dependentes em caso de morte e 5% têm seguro para o carro. “Fico muito feliz em saber que os investimentos feitos pelas seguradoras para desenvolver a cultura de seguro no Brasil está dando resultado”, disse João Elísio Ferraz de Campos, presidente da Federação Nacional das Empresas de Seguros e de Capitalização (Fenaseg).
Além do hábito de consumo dessas mulheres, o livro busca mostrar uma tendência para os próximos doze meses. O índice de potencial de Ascensão Social, ou seja, mulheres que acreditam que irão melhorar sua situação econômica, é de 29%. Cerca de 25% das mulheres pretendem comprar máquina de lavar nos próximos doze meses e 20% vídeo cassete. “É um mercado e tanto para ser atendido pelas seguradoras com produtos de garantia estendida e outros acoplados a financiamentos como desemprego, vida, acidentes pessoais, por exemplo”, acrescentou Campos, um árduo defensor da criação de produtos baratos e que atendam a população de baixa renda, para que o seguro cumpra seu papel social, de repor um bem em caso de perda involuntária.
Um dos grandes obstáculos para a popularização do seguro é a falta de produtos para as classes C/D/E, segundo análise da consultoria G5 Solutions. “O Brasil possui 175 milhões de habitantes, sendo que apenas cerca de 7% possuem renda individual mensal superior a R$ 800. Isso mostra a grande oportunidade para a empresa que tiver os produtos e o posicionamento que respondam aos anseios da população das classes C/D/E”, afirmou Jorge Abel Peres Brazil, sócio e consultor da G5.Segundo Roberto Latini, também sócio da G5, o que falta, na verdade, é ampliar o número de produtos disponíveis e caprichar na divulgação. “Há produtos voltados para as classes C e D, mas precisam ser mais divulgados. Porém, diante da demanda reprimida que há nesse segmento, há espaço para criar muitos produtos populares”, analisou. A divulgação é um ponto importante. Diante dos dados consolidados no livro editado pela Abril, a Fenaseg pretende fazer um levantamento de quantos produtos estão disponíveis no mercado para as classes C/D e por quais seguradoras são ofertados, contribuindo na divulgação para o público em geral.
O lançamento de produtos populares requer parcerias com canais de distribuição alternativos, como grandes redes de varejo ou empresas que já tenham um sistema de cobrança, como o grupo Abril, por exemplo, com as assinaturas das revistas. Isso porque o preço do boleto bancário chega a custar metade do valor mensal do preço que as seguradoras pretendem cobrar em seguro popular.
(Finanças & Mercados/Página B2)(D.B.)

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