Notícias | 27 de maio de 2019 | Fonte: Folha de SP via Sindseg-SP

Monitoramento permanente vai mudar forma de calcular seguros automotivos

A tecnologia permitirá definir, semana após semana, a utilização real do veículo coberto pela apólice.

Por Eduardo Sodré, jornalista especializado no setor automotivo, na Folha Online

As longas fichas de perfil do cliente cairão em desuso no universo das seguradoras que atuam no setor automotivo. A tecnologia permitirá definir, semana após semana, a utilização real do veículo coberto pela apólice.

Apesar das questões que envolvem privacidade, essa mudança pode reduzir os custos para os consumidores.

Empresas começam a utilizar dados obtidos por meio da telemetria para definir hábitos e percursos dos motoristas. A israelense Ituran é uma delas.

Na opinião de Amit Louzou, presidente da Ituran no Brasil, as fichas são os retratos de vidas pregressas e, por isso, incapazes de revelar o real uso do veículo.

Se o proprietário mora em uma região com maior incidência de roubo e furto, mas o uso do carro é restrito a horários com baixo registro de crimes, o custo do seguro poderá ser menor.

Contudo, o contrário também pode acontecer caso seja detectado que o dono circula constantemente por regiões de risco, apesar de seu domicílio estar em uma área considerada segura.

O sistema de monitoramento já existe: é o mesmo usado pelos rastreadores que ajudam a localizar veículos roubados.

Para que seja aplicado no cálculo da apólice, será preciso que o dono do carro dê sua autorização para ser vigiado. Há uma zona cinzenta aí, e são os limites dessa “invasão de privacidade”, embora que consentida, que tomam tempo dos departamentos jurídicos das seguradoras.

Ao que parece, a tecnologia trará benefícios ao bolso. Um deles é a possibilidade de ter o custo da apólice reduzido mês a mês, de acordo com o score do motorista. Ao se expor a riscos menores, o dono do carro terá direito a descontos.

Em caso de acidente, a análise técnica será facilitada. O monitoramento permitirá saber a velocidade média dos veículos envolvidos e assim determinar as indenizações.

Por outro lado, pode ocorrer um aumento nas recusas por cobertura. As mudanças, em primeira instância, surgem para evitar prejuízos às seguradoras.

As respostas às dúvidas jurídicas virão com a prática. Em breve, as companhias começarão a oferecer apólices com monitoramento permanente e possibilidade de reduzir os valores ao longo dos meses. Caberá ao segurado ler as letras miúdas para usar as regras a seu favor.

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