Para analisar os efeitos nos investimentos, a Icatu Seguros vem promovendo lives com especialistas para discutir o impacto da pandemia do coronavírus. Diversos países começam a divulgar medidas que possam ajudar a reduzir o impacto da recessão que se aproxima.
Na live desta quinta, dia 16, o assunto foi como a crise afeta a previdência com fundo de ações. Participaram André Vainer (Athena Capital), Marcello Silva (Constellation Asset) e Rodrigo Heilberg (HIX Capital).
Eles compartilharam suas percepções sobre a previdência privada com fundo de ações e o que esperar daqui para frente, diante do cenário após o tumultuado período de intensas quedas na bolsa de valores e circuit breakers.
Para Rodrigo Heilberg, da HIX Capital, o ambiente atual é de muita incerteza. “Tanta que os empresários não têm noção do que vai acontecer com os próprios negócios e os analistas não têm certeza sobre o que vai acontecer na economia como um todo”, simplificou.
Para ele, setores como lazer devem sofrer mais. “Outros setores devem seguir a vida normalmente como setor alimentício. O impacto nas empresas deve ser variado e nosso papel como gestor é encontrar as empresas que sofrem menos na crise”, analisou. Para ele, o momento atual é de pressão nos ativos e uma oportunidade interessante de comprar bolsa, “Mas é um momento também de muita volatilidade”.
Marcelo Silva lembrou que o governo brasileiro tem oferecido apoio para diferentes setores da sociedade. “As medidas buscam proteger segmentos afetados por essa situação e evitar um colapso da atividade econômica”, afirmou.
Ele ressaltou que é difícil dimensionar como o atual cenário vai afetar o mercado de ações já que ainda não se sabe os impactos das medidas na dívida pública. Para ele, o sucesso das medidas adotadas pelo governo é que vão definir se a retomada econômica será antecipada e forte.
Por isso, ele defende que o investidor deve manter a calma nesse momento. Quando olho pro processo de avaliação de empresa eu penso no que não vai mudar.
André Vainer ressaltou que é importante que cada gestor não fuja da sua característica. “Ninguém é imune ao que está acontecendo e as empresas são afetadas de forma distinta.
Acho que esse foco maior no macro é sazonal. Não estamos preocupados com as empresas que vão sofrer mais ou menos em 2020. Estamos preocupados com as empresas que vão sobreviver”, disse ele. Vainer acrescentou ainda que as empresas diferenciadas vão poder aproveitar as oportunidades “porque elas virão”, previu.
O especialista disse ainda que o momento de maior pânico passou. “Tivemos evoluções importantes tanto do lado monetário quanto fiscal. “Nós, gestores, podemos sentar e fazer contas. Muitas distorções foram criadas. Os ativos sofrem mais no curto prazo”, explicou.
Para quem tem plano de previdência, André destaca que não tem certo e errado para os investidores. “Tem o perfil de cada um. Cada um tem sua característica e isso deve ser respeitado”, reforçou. Ele explicou que existem boas horas para se comprar ações e agora pode ser um bom momento. “Temos que olhar as empresas de forma normalizada. Não adianta olhar 2020. Os lucros vão colapsar mas quanto isso muda o valor intrínseco de uma empresa? ou o planejamento estratégico?”, questionou.
Ele disse que a crise atual não chegou ao nível de 2008 em termos de distorção, mas talvez em 2016. “A visibilidade em curto prazo é baixa. Estamos vivendo uma pandemia e é preciso olhar a assimetria e isso leva tempo”.
Na opinião de Rodrigo, é preciso manter a calma. “Todo mundo é investidor de longo prazo até levar a primeira crise no rosto”. Ele aconselha a quem já teve perdas no portfólio refazer a carteira comprando aos poucos. “Faça de um jeito que te dê conforto”, sugeriu.
Marcelo lembrou que é difícil prever como serão os próximos 12 meses. “Companhias fortes saem mais fortes da crise. E mais rápido”, finalizou.
Confira a live na íntegra